Movimento, a
princípio, indica algo que todos desejamos, mas nem sempre estamos dispostos a alcançá-lo.
É comum
nos assustarmos com o novo. Historicamente temos diversas referências,
especialmente entre os filósofos como Giordano Bruno, Galileu Galilei e Sócrates.
Seus discursos assustaram porque inovaram. Sugeriram pensamentos e
comportamentos diferentes aos do costume da época.
Se
procurarmos poderemos encontrar muitos outros nomes, mas o importante neste
momento é refletirmos sobre a angústia que acompanha o que representa algo novo
em nossa existência. Sempre que alguma idéia nova surge temos um primeiro
impulso de repudiá-la, pois nos convida a mudanças e essas ocasionam
desconforto.
Ao atentarmos
para o novo nos colocamos em uma situação de fragilidade devido ao fato de o conhecido
confortar, proporcionar segurança e confiança. Então, é comum presenciarmos
situações de medo quando uma criança é levada pela primeira vez a uma escola
onde, mesmo na companhia de outras crianças, sente-se desamparada e assustada.
Além das questões emocionais envolvidas, que não é nosso objetivo no momento, a
situação do novo sempre desequilibra de algum modo.
Nos
desequilibramos o tempo todo se intentamos nos movimentar. Ao trocar um passo
experimentamos a perda do equilíbrio momentaneamente, para retomá-lo
rapidamente e assim por diante. Mesmo, se desejarmos um simples caminhar,
apesar de termos a opção de permanecermos no mesmo lugar, estanques. Da mesma
forma agimos em outros âmbitos. Para experimentarmos algo novo necessitamos
sair do equilíbrio no qual nos encontramos e então, conhecermos o movimento que
o novo convida.
Movimento,
a princípio, indica algo que todos desejamos, mas nem sempre estamos dispostos
a alcançá-lo. Se tomarmos como exemplo algo bem simples, como um exercício
físico que protelamos ou deixamos para outra oportunidade, poderemos perceber o
quanto damos preferência ao conforto no qual nos encontramos, em oposição ao
movimento que afirmamos ser nosso propósito.
Porém,
em alguns momentos de nossa existência precisamos tomar decisões que envolvem
algo novo. E se nos prepararmos para lidar com esse novo que se apresenta,
teremos maiores chances de escolhas que nos ofereçam alternativas inesperadas
para situações que podemos, inclusive, estar familiarizados, mas que sob outro
ponto de vista torna-se surpreendente.
Angústia
diante do novo é algo que permeia o nosso existir. No entanto, buscar maneiras
de suavizar esse sentimento, de modo a sermos capazes de nos arriscarmos em
situações que possam nos surpreender é uma decisão que pode auxiliar em nosso
movimento em prol de novas conquistas.
Márcia
A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga
CRP 06/95124