Na rotina do dia-a-dia
deixamos de lado a reflexão. Seja ela embasada em temas profundos ou
superficiais, o refletir toma um tempo do qual nem sempre estamos propensos a
disponibilizar.
Os conclames sociais atuais nos
convidam a atitudes que apresentem resultados imediatos. Ou seja, qualquer
“movimento” nosso só é constituído de valor efetivo se proporcionar rapidamente
uma consequência e que ela seja satisfatória. No entanto, é comum não nos
darmos conta de que resultados e consequências compõem um mesmo referencial.
Na rotina do dia-a-dia deixamos
de lado a reflexão. Seja ela embasada em temas profundos ou superficiais, o
refletir toma um tempo do qual nem sempre estamos propensos a disponibilizar. Permitimo-nos
envolver em um ritmo no qual o tempo tornou-se escasso para realizações passíveis
de representar uma lacuna em nossa existência. Isto é, não nos atentamos para o
fato de que ao desdenharmos alguns traços integrantes de nosso modo de ser
também influenciamos o modo como vamos ser e sentir de maneira geral e
específica.
Clarissa Pinkila Estés, em seu
livro “Mulheres que correm com os lobos” afirma termos deixado de lado nossa
porção selvagem, isto é, um lado “animal” o qual todos nós compartilhamos. E,
segundo a autora, ao dispormos de tal atitude comprometemos nossa capacidade
para vivenciar de modo pleno as oportunidades de convívio e desenvolvimento
pertinentes ao nosso existir.
Ao nos afastarmos de sensações
peculiares e rotineiras também nos afastamos da possibilidade de reflexão.
Quando nos envolvemos nos afazeres diários sem possibilitarmos a nós mesmos um
momento de “prazer”, seja uma sensação, uma companhia agradável ou ainda, um
repouso rápido; também nos privamos da oportunidade de estabelecermos um ritmo
à nossa existência que possibilite experimentarmos, de modo pleno, as ocasiões
em que somos convidados a nos relacionarmos das formas mais variadas.
Somos seres constituídos e que se
desenvolve a partir dos nossos relacionamentos. Quando assumimos a decisão de
nos permitirmos conviver sem atentar para as particularidades das relações,
deixamos de lado a chance de desenvolvermos o que temos de primário e essencial
– as sensações. E com tal comportamento podemos por em risco nossa integridade
pessoal, intelectual e emocional.
Portanto, talvez constitua de
relevante importância usufruirmos das oportunidades de refletir acerca do
momento vivenciado, para nos possibilitarmos um número mais amplo de
alternativas relacionadas às nossas escolhas. Para, desse modo, nos tornarmos
habilitados a optar entre resultados imediatos ou consequências às quais temos
capacidade para lidar de modo mais duradouro.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com