Zygmunt Bauman, sociólogo, em seu livro
“Globalização” discorre a respeito do individualismo. O autor salienta vivermos
em um período no qual é comum voltarmo-nos aos nossos interesses de modo tão
enfático a ponto de chegarmos a descartar a realidade do fato de que nos
relacionamos em tempo integral.
Nesse processo, quando deixamos de considerar
a importância dos relacionamentos, também relegamos ao esquecimento o exercício
da busca da compreensão de nós mesmos em relação aos outros. E, assim, nos privamos
do uso de uma das ferramentas essenciais para essa compreensão: a empatia.
Empatia é a tendência para sentir o
que sentiria caso estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por
outra pessoa. Isto é, nos
colocarmos no lugar do outro e imaginarmos o que ele (ou ela) sentiria em uma
situação específica. Ou seja, não consiste apenas em tentarmos “adivinhar” o
que determinada pessoa faria em certa situação, mas nos imaginarmos “sendo ela”
ao decidir sobre o ocorrido. Ao exercitarmos tal comportamento poderemos
compreender o impacto de nossos atos e sentimentos naqueles com quem nos
relacionamos diariamente.
Com essa prática proporcionamos a nós mesmos
a chance de estar atentos de modo mais acurado a quem é o “alvo” de nossa
atenção. Isto é, com quem nos relacionamos naquele momento. E, a partir de
então nosso conhecimento acerca dos pormenores desse alguém se torna mais
cristalino para nossa compreensão.
Muito mais vezes do que nos damos conta
podemos não ser capazes de nos fazer claros em relação ao que sentimos e
pensamos, e então, a sensação de incompreensão manifesta-se. Ao longo de nosso
existir podemos nos habituar a não falar do que sentimos. Contudo, esperamos
que as pessoas ao nosso redor nos entendam.
Talvez esperamos ocorrer um tipo de
“telepatia” na qual nossos pensamentos e sentimentos tornem-se explícitos. Mas,
felizmente ou infelizmente, ainda não somos capazes de “ouvirmos” os
pensamentos uns dos outros.
Então, é de suma importância cuidar do modo
como nos comunicamos, exercitar nossa capacidade de percepção do outro, e nos
habilitar, assim, para colocarmos em prática a possibilidade de modificar o
modo como dizemos o que pensamos. Assim, seremos melhores compreendidos em
nossos sentimentos.
Quando a compreensão torna-se presente em
nossos relacionamentos, ocorre, por conseguinte, de tornar-se mais definido os
limiares entre eu e o outro. E, assim, torna-se mais produtivo o relacionar-se,
de modo a usufruirmos o maior número de possibilidades disponíveis no processo
de desenvolvimento, ao qual estamos submetidos.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Boa tarde!
ResponderExcluirFazia tempo que não comentava, apesar de estar aprendendo sempre contigo.
Preciso, esclarecedor e na mosca como sempre!
Beijo.
Obrigado.
Fique com DEUS, minha mestre
Olá Normando!!!
ExcluirFazia tempo mesmo...
Obrigada por seus comentários sempre muito generosos.
Boa Semana!!!
Abraço.
Márcia.