Em muitas ocasiões somo levados a
experimentar sentimentos os quais não desejávamos. Raiva, decepção, tristeza,
frustração... nesses momentos é comum lidarmos com dificuldades diversas para
nos “livrarmos” dos dissabores que esses sentimentos nos causam.
Alguém questionou a respeito em
como lidar com a realidade que se apresenta de modo inevitável. Nesse caso,
podemos colocar em prática nossa liberdade e escolhermos qual o “ângulo”, ou
qual “lente”, usaremos para vislumbrar o que está acontecendo.
Nossas experiências de vida nos
levam a um aprendizado acerca de nós mesmos. Esse aprendizado constitui um
arsenal de referências das quais fazemos uso a todo o momento em que temos
contato com algo “novo”. Isto é, utilizamos como ferramenta de contato o que
temos como conhecimento prévio, nosso referencial.
Nossa referência a respeito de
tudo é permeada por experiências que vivenciamos. Alguém contava a respeito de
um indivíduo o qual apresentava daltonismo e que descobriu o fato em torno de
seus dezessete anos de vida. Em uma avaliação constatou-se que essa pessoa era
capaz de diferenciar as cores das quais quem sofre da doença não pode. Ele
aprendeu, com suas experiências vividas, as nuances das cores que via e
nomeá-las de acordo com o que lhe era ensinado.
Do mesmo modo, podemos nos
proporcionar aprendizados acerca de situações causadoras de alguma perturbação.
E, assim, a angústia experimentada pode ser transformada em um sentimento que
cause menos tribulação.
Nossas referências são envolvidas
em significados. Ao possibilitarmos o cuidado com elas, proporcionamos uma
ocasião favorável para uma compreensão diferente acerca do que está sendo
vivido. Por conseguinte, uma realidade inevitável pode ser transformada em uma
realidade muito prazerosa. Dependendo, apenas, de qual “ângulo” ou “lente”
faremos a opção de usar para proporcionar tal transformação.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124