Atualmente a vida é vivida com
velocidade máxima e se não nos submetermos a essa velocidade corremos o risco
de “perdermos” algo. Por essa razão, o outro constitui, quase sempre, um
estorvo ou uma ameaça. Isto é, se é preciso chegar antes para não perder o que
se deseja, qualquer um que possua a possibilidade de nos alcançar representa
uma preocupação a mais.
As solicitações da contemporaneidade
nos conduzem a uma postura a qual nossos referenciais apresentam-se obnubilados
por necessidades que julgamos serem nossas. Mas, na realidade em sua maioria,
consiste, apenas, em um conclame social ao qual nos rendemos e nem sempre
percebemos.
Vivendo em grupo a opinião do
outro assume grande importância. Contudo, delimitar o grau dessa importância
para nós torna-se essencial se desejamos experimentar liberdade e satisfação. O
outro representa um referencial no qual nos permite vislumbrar o que desejamos,
ou não.
Na relação com o outro temos a
oportunidade de, através do contato, averiguar nossas atitudes e o que elas
desencadeiam. Porém, se estivermos envolvidos pela necessidade específica de
“derrotar” esse referencial, podemos descartar uma oportunidade essencial de aprendizado.
Heidegger afirma ser a rotina
nosso porto seguro contra a certeza de nossa finitude. Assim, ao nos
comportarmos de modo semelhante ao outro podemos experimentar uma ilusão de
segurança. Ao nos iludirmos incorremos na possibilidade de, do mesmo modo, nos
enganarmos a respeito do outro e da ameaça que ele representa.
Portanto, ao recordar a afirmação
do filósofo poderemos oferecer a nós mesmos a oportunidade de significarmos o
outro de modo diferente do habitual. Isto é, o que anteriormente representava
uma ameaça pode assumir um significado contrário, ou seja, de apoio.
Lamentamos destruições e
comportamentos incoerentes uns dos outros. Mas nos esquecemos de estar atentos
para o modo como nos relacionamos com quem partilha conosco experiências das
quais podem culminar em resultados, no mínimo, desastrosos.
Ao mudarmos nosso referencial da
competição extrema para a partilha, nos colocamos de um modo diferente do
“proposto” e, desse modo, assumimos uma maneira de agir que pode surpreender,
inclusive a nós mesmos.
Jostein Gaardier, autor do livro
“O mundo de Sofia”, afirma ser importante ao adulto lembrar-se da curiosidade
que possuía quando criança. Assim, a rotina e a semelhança não o farão
uniforme. Ou seja, ao preservarmos nossa singularidade poderemos nos relacionar
com o outro sem experimentar um sentimento de incômodo que a necessidade de
vitória abarca.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marcia@maximizandoresultados.com.br
Como sempre, perfeito
ResponderExcluirQue bom que gostou Normando.
ExcluirObrigada.
Mto bom moça bonita .
ResponderExcluirGostei , parabéns