É comum falar-se da importância
em nos conhecermos. Porém, qual a razão de tal afirmativa? O que poderíamos
perder ao nos neguemos a um conhecimento aprofundado sobre nós mesmos? Por que,
muitas vezes, damos preferência ao desconhecimento em detrimento da
oportunidade de nos apoderamos do conhecimento?
Numa rápida reflexão podemos nos
direcionar a um acomodamento. Heidegger afirma que nos apoiamos na rotina. E,
segundo o filósofo, tal atitude nos coloca em situação de conforto e relativa
tranquilidade. Contudo tal comportamento tem um preço.
Sempre podemos optar pela
“ignorância” a respeito de qualquer tema ou assunto. No entanto, estaremos
sempre sob a hipótese de sermos abordados sobre esse tema ou assunto e
desconhecermos seu conteúdo. Somos livres para escolher, mas somos obrigados a
lidar com as consequências das escolhas as quais fazemos.
Em muitas ocasiões pode ocorrer de
um longo período de tempo transcorrer, sem que vislumbremos as consequências
advindas de alguma decisão tomada por nós. Entretanto, pode ocorrer de experimentarmos
tal sensação, devido ao fato de nos recusarmos a manter contato com elas
durante um longo período de tempo. Desse modo, podemos assumir a inexistência
de qualquer consequência “indesejada”.
Contudo, em algum momento de
nosso existir poderemos experimentar algum tipo de sofrimento o qual se
relacione com a atitude “deixada de lado” por nossa memória, ou mesmo por nosso
desejo em nos acomodarmos numa rotina satisfatória.
Definitivamente, podemos ter tal
atitude. Porém, precisamos estar conscientes de que esse modo de agir pode nos
conduzir a um ponto em nossas relações as quais podem exigir de nós algo mais
do que queremos disponibilizar.
Então, se desejarmos uma
existência na qual o tempo não se transforme em nosso inimigo, podemos dar
início a um processo, no qual o autoconhecimento a respeito de nossas
particularidades mais obscuras façam parte de nossa rotina.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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