Em algum momento podemos ser
levados a rever atitudes, decisões ou escolhas das quais nem sempre nos
sentimos seguros que tenham ocorrido da melhor forma possível. Nessa ocasião
corremos o risco de experimentar sensações relativas ao descontentamento, ou
mesmo à dúvida. Então, uma questão pode emergir: Nossa escolha foi a melhor?
Não é incomum desacreditarmos em
nós e considerarmos que poderíamos agir de modo diferente diante de situações
as quais já se realizaram, isto é, que pertencem ao nosso passado. Heidegger,
filósofo, afirma estar na perda do foco no momento presente a possibilidade de
adoecimento. Ou seja, quando nos fixamos em um fato ocorrido, ou que está por
vir, nos colocamos em uma posição que não nos permite uma atitude a contento.
Desse modo, a doença de qualquer sorte pode se instalar.
Ocorre, muitas vezes, uma
sensação de desconforto quando atentamos para o que já realizamos, ou seja,
para o caminho que percorremos. Em diversas ocasiões podemos nos sentir devedores
de nós mesmos. Como se não tivéssemos usufruído das oportunidades da melhor
maneira disponível. Nesse momento, o mais importante a considerar é que ao
menos a possibilidade de continuar permanece acessível.
Assim, pode-se ir a direções as
quais não constituem as mesmas do passado. Ou ainda, oferecer um olhar
diferente do disponibilizado na ocasião e, com isso, proporcionar significações
diferentes das anteriores. Ao procedermos dessa maneira, assumimos a posição de
protagonistas de nossa história e, com disso caberá a nós abarcar elementos
novos a ela.
Então, ao olharmos para nossa
história passada, ou para a que está por vir, poderemos nos amedrontar diante
do que pode ocorrer, ou nos entristecermos com o que já se foi. Porém, se nos
permitirmos compreender que nos desenvolvemos o tempo todo, poderemos assumir uma
posição na qual oferecemos o nosso melhor a cada nova oportunidade disponível.
E, portanto, concedermos a nós mesmos a ocasião de continuar.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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