Talvez uma tarefa das mais
difíceis pode consistir a de perdoar. Há quem experimente extrema dificuldade
em desculpar, inclusive, os próprios erros. Ou ainda quem não seja capaz de
suportar uma falta cometida contra si. Importante nesses momentos pode ser uma reflexão
a respeito do significado do erro, bem como o que representa desculpá-lo.
Nas muitas ocasiões em que
conseguimos perdoar podemos, ainda, experimentar algum tipo de desconforto.
Alimentamos a ideia de que o perdoar permite nos esquecer de todo o ocorrido. Porém,
esquecemos que além da dor há um significado para o acontecido. E se não nos
dispusermos a refletir sobre ele, o desconforto pode levar mais tempo do que
desejamos para ser amenizado.
Então, ao nos propormos a lidar
com algo que consideramos “agressivo” para nosso bem estar, é necessário
assumirmos o compromisso com a verdade a respeito desse fato. Tanto em relação
ao acontecimento em si como ao seu significado para nós e para as relações nele
envolvido, se faz relevante a busca de uma ampla compreensão a respeito do
ocorrido, incluindo o conhecimento acerca das nuances relevantes e ao que a situação
denota.
Vivemos em relação ao tempo e sua
representação varia para cada um de nós e para cada momento vivido. Não é raro alguém
relatar a velocidade do tempo quando vivenciando algo prazeroso, bem como sua
lentidão quando experimenta-se algo desagradável. Sendo assim, podemos concluir
que o tempo está relacionado com o significado dele para cada um, de modo
particular.
Do mesmo modo nossa história adorna
cada nuance de nossas experiências, permitindo que a signifiquemos de modo
individual e particular a cada momento vivido. Por isso, se faz de suma
importância que ao nos propormos a lidar com algo que proporcione algum
desconforto para nós ou para outrem, também nos permitamos um olhar acurado
para o significado de cada pormenor envolvido nesse “algo”.
Assim, estaremos assumindo uma
postura amadurecida em relação a qualquer sofrimento envolvido no processo de
algo desconfortável. E o lidar com ela de maneira que a solução para o ocorrido
não se transforme em um novo dilema.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: mariciabcavalieri@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário