Uma aproximação nossa para com
nós mesmos, pode possibilitar que ao nos conhecermos possamos desenvolver um
sentimento profundo de admiração e prazer por quem somos.
Nossa aparência nunca foi tão
importante como atualmente. Quem, ao menos uma vez, não se preocupou com uns
quilinhos a mais, ou a menos, uma roupa que não está a contento, ou um cabelo
que não permanece como desejamos.
Antigamente esses fatores poderiam
causar algum constrangimento que necessitaria de acertos sem que houvesse
alternativas para tanto. Hoje temos ao nosso dispor um pequeno “arsenal” de
opções: cremes, chapinhas, alisamentos definitivos, técnicas e produtos para
deixar os cabelos mais ou menos encaracolados. Sem contar as alternativas mais
invasivas como cirurgias plásticas e métodos médicos para diminuição de
gorduras localizadas, entre outros. Certamente algumas dessas alternativas
oferecem riscos a longo ou curto prazo. Mas a questão é: o que nos incomoda
tanto?
Em um extremo podemos encontrar
pessoas situadas fora dos padrões de “boa aparência” atuais. Algumas dessas
pessoas podem, inclusive, viver alguns dramas e sofrerem rotulações que são no
mínimo indesejáveis e extremamente desagradáveis. Porém, rótulos não representam
quem somos, mas a nossa aparência.
Quando começamos a valorizar mais
a aparência do que quem realmente somos? Muitas vezes nos preocupamos
demasiadamente com a opinião das pessoas ao nosso redor. É óbvio que por
vivermos em grupo necessitamos do feedback
daqueles que convivem conosco. Entretanto a questão é: em qual momento esse feedback tornou-se mais importante do
que nossa própria opinião a respeito de nós mesmos?
Em muitas ocasiões nos esquecemos
que a primeira pessoa a precisar estar satisfeita com nosso ser somos nós. Não
importa a aparência ou a opinião dos outros a respeito dela, mas como nos
sentimos em nossa própria companhia. Padrões sempre existiram e sempre desejamos
nos encaixar neles. Contudo algo parece diferente, hoje vivenciamos a sensação
de eterna insatisfação com a imagem que refletimos.
Será necessário mudarmos como o
mundo nos vê ou como nos vemos? Podemos nos sentir demasiado cansados ou
tristes em insistir em alguma mudança. Até que ponto, porém, precisamos mudar?
E o mais importante, o que realmente precisamos mudar? Pode acontecer de nos
perdermos nessas questões e como encontrar a resposta se nem ao menos
conseguimos identificar qual questão desejamos responder.
Muitas vezes o que nos falta é um
olhar mais íntimo para nosso ser. Se temos o intuito de nos sentirmos bem,
talvez a solução não esteja em um processo invasivo de uma cirurgia ou em um
produto que nos dê uma aparência diferente. Pode ser que o caminho seja uma
aproximação nossa para com nós mesmos, permitindo que ao nos conhecermos
possamos desenvolver um sentimento profundo de admiração e prazer por quem
somos.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com
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