13 novembro 2015

APARÊNCIA - PARA QUEM?

Uma aproximação nossa para com nós mesmos, pode possibilitar que ao nos conhecermos possamos desenvolver um sentimento profundo de admiração e prazer por quem somos.

Nossa aparência nunca foi tão importante como atualmente. Quem, ao menos uma vez, não se preocupou com uns quilinhos a mais, ou a menos, uma roupa que não está a contento, ou um cabelo que não permanece como desejamos.
Antigamente esses fatores poderiam causar algum constrangimento que necessitaria de acertos sem que houvesse alternativas para tanto. Hoje temos ao nosso dispor um pequeno “arsenal” de opções: cremes, chapinhas, alisamentos definitivos, técnicas e produtos para deixar os cabelos mais ou menos encaracolados. Sem contar as alternativas mais invasivas como cirurgias plásticas e métodos médicos para diminuição de gorduras localizadas, entre outros. Certamente algumas dessas alternativas oferecem riscos a longo ou curto prazo. Mas a questão é: o que nos incomoda tanto?
Em um extremo podemos encontrar pessoas situadas fora dos padrões de “boa aparência” atuais. Algumas dessas pessoas podem, inclusive, viver alguns dramas e sofrerem rotulações que são no mínimo indesejáveis e extremamente desagradáveis. Porém, rótulos não representam quem somos, mas a nossa aparência.
Quando começamos a valorizar mais a aparência do que quem realmente somos? Muitas vezes nos preocupamos demasiadamente com a opinião das pessoas ao nosso redor. É óbvio que por vivermos em grupo necessitamos do feedback daqueles que convivem conosco. Entretanto a questão é: em qual momento esse feedback tornou-se mais importante do que nossa própria opinião a respeito de nós mesmos?
Em muitas ocasiões nos esquecemos que a primeira pessoa a precisar estar satisfeita com nosso ser somos nós. Não importa a aparência ou a opinião dos outros a respeito dela, mas como nos sentimos em nossa própria companhia. Padrões sempre existiram e sempre desejamos nos encaixar neles. Contudo algo parece diferente, hoje vivenciamos a sensação de eterna insatisfação com a imagem que refletimos.
Será necessário mudarmos como o mundo nos vê ou como nos vemos? Podemos nos sentir demasiado cansados ou tristes em insistir em alguma mudança. Até que ponto, porém, precisamos mudar? E o mais importante, o que realmente precisamos mudar? Pode acontecer de nos perdermos nessas questões e como encontrar a resposta se nem ao menos conseguimos identificar qual questão desejamos responder.
Muitas vezes o que nos falta é um olhar mais íntimo para nosso ser. Se temos o intuito de nos sentirmos bem, talvez a solução não esteja em um processo invasivo de uma cirurgia ou em um produto que nos dê uma aparência diferente. Pode ser que o caminho seja uma aproximação nossa para com nós mesmos, permitindo que ao nos conhecermos possamos desenvolver um sentimento profundo de admiração e prazer por quem somos.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com

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