Liberdade. Aquela na qual
consiste em colocarmos em prática nossa capacidade de escolha, como destaca
Jean Paul Sartre e ampliar nosso rol de possibilidades, como distingui Martin
Heidegger.
Uma das maiores expectativas em
relação ao nosso desenvolvimento é adquirir a liberdade. Com ela imaginamos
poder fazer tudo o que desejamos e gostamos. Imbuídos dessa ideia, em muitas
ocasiões, nos expomos a situações, no mínimo, decepcionantes. No entanto, nem
sempre conseguimos compreender o real motivo disso ocorrer.
A psicóloga Lídia Rosenberg
Aratangy, em seu livro Doces Venenos, assinala que liberdade consiste em algo bem
diferente de “só fazer o que se gosta”. Em sua análise, quem só faz o que gosta
é louco e não livre. Pois para exercitarmos uma escolha livre, em primeiro
lugar, necessitamos nos conhecermos a ponto de identificarmos com clareza o nosso
desejo ou necessidade. Para então, só depois, saber quais opções possíveis e entender
as consequências de cada uma das possibilidades de ação.
Assim, munidos desse repertório
poderemos exercitar, com um pouco mais de chances de acerto, nossas
escolhas. A isso se pode chamar
liberdade. Aquela na qual consiste em colocarmos em prática nossa capacidade de
escolha, como destaca Jean Paul Sartre, e inclusive ampliar nosso rol de
possibilidades como distingui Martin Heidegger.
No entanto, para exercemos de
maneira plena tal liberdade, necessitamos também nos habituarmos a reflexões, para
nos permitir um conhecimento mais amplo acerca de nossas condições reais e de
nossos desejos mais sinceros.
Porém, nem sempre exercitamos
colocar em prática nossa capacidade em gerir nossas próprias ações. Muitas
vezes depositamos no mundo a razão pelo nosso fracasso ou desilusão quando, na
verdade, fomos os únicos artífices autores de nossas conquistas, perdas, dores
ou alegrias.
Contudo, assumir tal
responsabilidade consiste em aceitarmos nossa condição de liberdade vinculada
às consequências de nossas ações. Mas, nem sempre estamos dispostos a aceitar
tal condição, pois ela representa sermos os condutores de nosso destino.
Desse modo, a melhor forma de
buscarmos alcançar o sonho de sermos livres é aprimorarmos as formas de
conhecimento a respeito de nossas particularidades, para não nos tornarmos
estranhos a nós mesmos. E assim, nos sentirmos confortáveis em nossa própria
“casa”, isto é, experimentarmos a sensação de familiaridade conosco e com
nossos pormenores.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário