Seja nosso problema
relacionado a nós mesmos ou a outrem, não há apenas uma perspectiva envolvida
nele. Ou seja, precisamos nos permitir ampliar nosso olhar para a situação em
questão.
Ao nos depararmos com algum tipo
de limitação relacionado a algo que era muito desejado ou costumávamos ter, podemos
nos sentir no mínimo tolhidos. Tal sentimento pode conduzir, se nos
permitirmos, a diversas reflexões. Todavia, é comum experimentarmos a dor ao
sermos contrariados de algum modo.
Elisabeth Kübler-Ross, em seu
livro “A roda da vida”, afirma ser a vida um desafio e não uma tragédia. Isto
é, ao nos depararmos com alguma contrariedade temos ocasião de nos posicionarmos
como estando diante de um desafio, no qual podemos nos movimentar em prol da
busca de solução. Ou, podemos nos colocar como vítimas, e aguardar o surgimento
de uma solução para nosso sofrimento.
Seja nosso problema relacionado a
nós mesmos ou a outrem, não há apenas uma perspectiva envolvida nele. Ou seja,
precisamos nos permitir ampliar nosso olhar para a situação em questão, para nos
apropriarmos do maior número possível de alternativas. O filósofo Heidegger
assevera sermos tão livres quanto somos capazes de vislumbrar nosso rol de
possibilidades.
Portanto, ao questionarmos algo em
que estamos envolvidos, seja ele perturbador ou não, ocasionaremos a
possibilidade de alcançar o que não imaginávamos a princípio. E tal atitude
pode culminar no movimento necessário à solução do problema em questão.
Dando início a esse processo
oferecemos a nós a oportunidade do desafio ao invés de vivenciar a tragédia. Tendo
em vista a tragédia possibilitar com maior facilidade o desespero, ela pode
obscurecer nosso julgamento relacionado à situação vivida. Confundindo-nos,
desse modo, no tangente à obtenção da solução da mesma.
No entanto, a iniciativa em
ampliar esse “olhar” envolve uma decisão em favor de nós mesmos, a qual nem
sempre estamos preparados. Pois, no momento em que nos deparamos com um
obstáculo para a realização de algo com o qual sentimos algum tipo de prazer,
também somos submetidos à sensação de perda e de dor que ele ocasiona.
Nesse caso, se pudermos contar
com o amparo de alguém para essa empreitada será de salutar importância. Infelizmente
nem sempre isso é possível. Então, cabe a nós a iniciativa em prol de nós
mesmos e do restabelecimento do nosso bem-estar, acionando dispositivos os
quais nos permitam acessar nossas reais limitações para, então, visualizarmos
as possibilidades existentes.
Pode ser que a primeira atitude
necessária seja o reconhecimento de nossas dores e das limitações que elas nos
causam. Para, dessa maneira, nos
posicionarmos independentes ou não para a solução do que estamos vivenciando.
Tal comportamento tem a possibilidade de representar nossa libertação das
amarras as quais perpetuam nosso sofrimento que pode ser sanado ou, ao menos,
minimizado substancialmente.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário