Na evolução de nosso
desenvolvimento como seres habilitados a relacionar-se, participamos de um
processo, geralmente imperceptível, o qual culmina em nossa capacidade de
percepção de nós mesmos bem como do outro.
A todo o momento nos envolvemos
em situações diversas. E sempre temos um modo peculiar de compreender cada uma
delas. Esse modo de compreensão consiste em um mecanismo particular do qual
somos capacitados e que desenvolvemos ao longo de nosso existir, e o
aprimoramos com o convívio nas diversas relações estabelecidas ao longo desse
trajeto.
Contudo, não é incomum
estabelecermos um entendimento distorcido da “realidade” presente em cada
momento vivenciado por nós. Essa distorção pode ocorrer devido a várias
circunstâncias. No entanto a que parece ser a mais negligenciada, é o olhar
disponibilizado para elas.
Na evolução de nosso
desenvolvimento como seres habilitados a relacionar-se, participamos de um
processo, geralmente imperceptível, o qual culmina em nossa capacidade de
percepção de nós mesmos bem como do outro, com quem partilhamos os prazeres e
dissabores dessa marcha.
Há muito se fala em inteligência
e desinteligência. Muitas afirmações sobre as causas de uma ou outra
apresentar-se de modo mais acentuado em uma ou outra pessoa também é muito
discutido. No entanto, ao refletir-se a respeito de nossa capacidade de
percepção do que se apresenta ao nosso “redor”, pode-se sugerir que a
incapacidade em distinguir claramente as singularidades das situações diversas
possibilita uma compreensão, no mínimo, errônea do que se apresenta para nós em
determinado momento. E, esse
procedimento pode ser interpretado como uma limitação da capacidade de
entendimento.
Ou seja, o olhar para os
pormenores envolvidos nos processos aos quais estamos conectados, direciona
nossa compreensão. Sendo assim, esse entendimento constitui-se em algo
particular e privado. Porém, não isento de nos conduzir ao engano, que pode
comprometer nossa razão e, assim, nossas decisões e atitudes.
Por isso, sempre que nos
permitirmos a “abertura” de nosso olhar de modo a ampliar as perspectivas
presentes em dado acontecimento, estaremos promovendo nosso desenvolvimento
rumo ao próprio bem estar e crescimento pessoal. Então, cada ato nosso em prol
de possibilitarmos a amplitude desse olhar, representa nosso empenho em função
de nosso aprimoramento pessoal. E, esse proceder vai ao encontro da definição
de liberdade oferecida pelo filósofo Heidegger, o qual afirma estar na amplitude
do rol de nossas possibilidades a nossa condição de liberdade essencial.
Nesse caso, ao oferecermos a nós
mesmos condições de auxílio no sentido de nos mantermos com os olhos bem...
abertos, tornamos possível, por conseguinte, o exercício da liberdade almejada
por todos nós.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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