O que nos apoia e, em muitas ocasiões pode nos conduzir ao comodismo?
Uma mensagem recebida pela
internet me chamou a atenção. Ela se tratava sobre um monge e seu discípulo, os
quais precisaram de hospedagem ao longo de uma viagem. Avistaram uma casa
simples e foram atendidos em sua solicitação pelos donos dela. Durante a
estadia notaram que a família vivia em condição quase precária e que possuíam
uma vaca da qual tiravam seu sustento. Ao amanhecer, antes de partir, o monge
empurrou o animal em direção a um precipício levando-a a morte. O discípulo
indignado solicitou uma explicação e o monge afirmou ser o comodismo a razão da
estagnação do desenvolvimento daquela família. Alguns anos se passaram e o
discípulo retornou ao local encontrando-o muito próspero. Ao questionar o
proprietário, este relatou que no dia em que eles partiram sua vaca havia
sofrido um acidente que causou sua morte. Então, eles foram “forçados” a buscar
alternativas para sobreviver, levados, assim, ao progresso no qual se
encontravam.
O contato com essa história pode
nos induzir a buscar “vacas” em nossa vida. Ou seja, o que nos apoia e, em
muitas ocasiões pode nos conduzir ao comodismo. No entanto uma reflexão em sentido
contrário, poderia ocorrer nesse momento, e nos perguntarmos se não somos
alguém que age de modo a ser um empecilho para o desenvolvimento de outrem, ou
de nós mesmos. Isto é, somos uma “vaquinha” na vida de alguém?
Todo relacionamento proporciona algum
desenvolvimento, por isso podemos afirmar que nosso ser se constrói a partir do
contato com o outro. Isto é, a referência recebida por meio das relações por
nós estabelecidas é de suma importância para o desenvolvimento de quem somos. Pois
o movimento de ir e vir possibilitado pelas relações, nos permite o exercício
da flexibilidade necessária para nosso crescimento pessoal.
Porém, em muitas ocasiões, agimos
de modo a tolher quem amamos em nome desse sentimento. Contudo, não podemos nos
esquecer que o crescimento pode estar envolto em algum tipo de “dor”. E a busca
da eliminação dela pode ocorrer instintivamente.
Entretanto, se nos dispusermos a
agir de modo mais atento em relação a nós e às nossas relações, poderemos ser
capazes de vislumbrar se conduzimos alguém ao comodismo. Especialmente nós
mesmos. Então, ao detectarmos tal atitude, poderemos assumir um papel ativo no
sentido de “empurrar” para o abismo os entraves presentes em nosso “caminho”.
E, assim, nos habilitarmos a prosperar no sentido de nosso desenvolvimento.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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