Somos acostumados, desde um início
bem remoto, a distinguir entre certo e errado. Vivemos como se houvesse apenas esses
dois pontos extremos. No entanto, de que modo avaliar a nuance que envolve o
entremeio deles? No que consiste o certo e o errado? Se levarmos em conta
nossas necessidades certamente tais pontos oscilarão. Então surge a questão: o
que é realmente certo e o que é realmente errado?
Convivemos enredados por
situações e histórias das mais variadas. Somos seres os quais construímos nosso
modo de ser embasados nas relações estabelecidas com quem compartilha nossos
momentos. Então, o limiar entre o que é lícito ou não pode oscilar de acordo
com o momento em que nos encontramos. Ou seja, o que hoje parece adequado,
amanhã pode tornar-se totalmente inconveniente.
Ao considerarmos nossas
necessidades podemos avaliar de modo mais complacente os “erros”. Isso ocorre
porque somos levados a avaliar de modo menos rígido nossos “deslizes”. Pois
assim somos abastecidos de informações pertinentes aos motivos envolvidos nas
decisões tomadas. Por isso, faz-se importante o contato com as informações
pertinentes ao ocorrido.
Então, ao considerar que nossa
história permeia todas as nossas relações; como estabelecer um ponto fixo em
relação ao que é certo ou errado? Não podemos nos esquecer de que, de acordo
com o momento, determinada atitude pode oscilar entre esses extremos. Então como
nos orientar e estabelecer parâmetros “justos”?
Talvez o primordial consista em
nos munirmos, o máximo possível, de informações a respeito das situações
envolvidas. Ou seja, possibilitarmos a nós mesmos, o conhecimento acerca das
razões e sentimentos envolvidos em determinado acontecimento. Então, assim,
poderemos nos tornar capacitados a
proceder uma avaliação mais justa no que consiste nossas decisões e as dos
outros.
Quando somos crianças somos
orientados por nossos responsáveis. Ao
nos desenvolvermos um pouco mais, nos é permitido experimentar, para então
darmos início ao conhecimento das consequências envolvidas em nossas atitudes.
O ingresso na vida adulta subentende estarmos aptos a avaliar as consequências
de nossas decisões de modo relativamente antecipado, para, então, sermos
capazes de “prever” erros de modo a preveni-los.
Talvez a certeza do que consiste
o certo e o errado repouse no fato de buscarmos maneiras de conhecermos, o
máximo possível, acerca das situações nas quais nos envolvemos. E, desse modo, possibilitarmos relativo
distanciamento para o “ângulo” do nosso olhar poder ser ampliado. Permitindo,
desse modo, que nosso conhecimento torne-se menos restrito, e ocasionando a
oportunidade de nos tornarmos mais flexíveis no que concernem nossas decisões e
avaliações relativas a erros e acertos.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Gostei muito do seu texto.
ResponderExcluirImagino que cada pessoa tem o seu... vamos dizer, sinalizadores. Esses sinalizadores indicam o caminho, a escolha, o sentido que essa própria pessoa deve dar em suas própria existência.
E como encontrar estes "sinalizadores": basta verificar a própria história de vida. Para alguns será um velho padre na paróquia próxima a sua casa. Outros, algum livro de auto ajuda. Para outros, o melhor é contratar um "counseling". Para outros ainda, é aquele antigo grupo de oração frequentados por antigos amigos e amigas.
Um outro critério possível, é verificar se esses "sinalizadores" estão indicando as "estradas" corretas, que faça essa pessoa feliz e consiga resolver seus conflitos a contento.
Querida Marcia estou colocando em dia a leitura de seus textos, todos de grande reflexões... Desejar permanentemente à volta ao passado não é saudável e torna a vida pequena demais... Olhar par ele como aprendizado aí sim vamos construindo vida historia e compreendendo nossos caminhos, erros acertos e carências... é o ponto de partida para um comportamento do homem calcado na reciprocidade, na cooperação e desenvolvimento, com responsabilidade e compromisso para com a nossa historia e da humanidade bjs maria
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