Em algumas ocasiões a necessidade
de companhia pode conduzir a uma permissividade acentuada em relação a quem nos
acompanha. Isto é, nossa carência de afeto, companhia, entre outras, seria
“responsável” por aquelas escolhas possivelmente consideradas inadequadas.
Escolhas das quais teriam como único propósito a satisfação desse vazio
ocasionado pelo que consideramos a falta de algo ou alguém.
Nossa necessidade pode, em algum
momento, nos conduzir a uma atitude na qual o medo da perda torne-se
primordial. Então, o discernimento para o que nos é adequado torna-se obscuro e,
nesse momento, incorremos na possibilidade de nos permitir o envolvimento em
situações as quais podem acarretar frustrações e decepções em escala mais
elevada do que a satisfação e o prazer.
Às vezes, nossa necessidade em
ter alguém junto de nós ocasiona uma redução de nossos critérios de avaliação. Coloca-nos
em uma posição fragilizada, que prioriza a busca da satisfação de nossa
carência sem uma análise cuidadosa de quem permitimos partilhar nossas
particularidades.
Não é raro entender termos sido
vítimas das situações nas quais, supomos, não ter tido escolha. No entanto, o
refúgio na ideia de que não participamos das decisões a respeito das opções as
quais temos, apenas protelam a possibilidade de cuidarmos de modo mais adequado
de suas consequências.
Ao “fugirmos” da responsabilidade
por nosso existir, seja ele satisfatório ou não, corremos o risco de relegarmos
a possibilidade de solução do que nos causa dor. E, desse modo, impedimos nossa
chance de assumirmos a autoria dos eventos os quais podem nos proporcionar o
antídoto para as frustrações e decepções.
Ao nos tornarmos conscientes de
nossas atitudes e suas consequências, deixamos de depender de outras opiniões
para realizar nossas decisões. E, assim, nos tornamos habilitados a cuidar de
nossas carências, sem a necessidade de nos colocarmos em posição vulnerável em
relação àqueles que compartilham conosco nossos momentos.
Desse modo, a seleção de quem irá
nos acompanhar ou não em nossa busca pela satisfação de nossas necessidades e
carências, torna-se mais criteriosa, de modo a nos oferecer situações mais
confortáveis no que concerne o partilhar companhias. Ocasionando, dessa
maneira, uma amplitude maior para com nosso próprio bem estar.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Parabéns pelo post, seu blog é interessante e nos leva a pensar sobre nós mesmos... Tarefinha difícil essa e, muitas vezes, extremamente árdua...
ResponderExcluirOlá Simone!!!
ExcluirFico contente que tenha gostado do blog!!!
Com certeza pensar sobre nós é algo delicado, porém de extrema importância.
Muito obrigada pela mensagem.
abraço.
Márcia.