17 outubro 2013

VÍTIMA

Nosso olhar possui um impulso em assumir uma interpretação demasiadamente complacente com as situações relacionadas às nossas vivências. Isto é, de maneira geral agimos de modo a amenizar a realidade que envolve nosso comportamento e nossas decisões.
Torna-se extremamente “fácil” para nós encontrarmos justificativas e explicações para praticamente tudo o que fazemos e decidimos. Nos tornarmos, assim, “isentos” do envolvimento com as escolhas as quais acreditamos não termos feito, e que culminam em algum tipo de descontentamento.
O papel de vítima em relação ao que consideramos não haver opção ocorre com mais frequência do que somos capazes de admitir. Nosso sofrimento diminui consideravelmente quando encontramos a “razão” pela qual algo aconteceu e que, em sua maioria, envolve o fato de ser inevitável. E estar à parte de nosso poder de escolha.
No entanto, somos possuidores da habilidade de escolher. Não atentamos para esse fato e, com isso, abrandamos as ocasiões em que nos responsabilizamos por nossas escolhas. Desse modo, a situação de vítima nos conforta e se torna mais frequente.
Contudo, na contramão dessa atitude está nosso desejo em crescer, conquistar, viver, etc. Nesse caso, torna-se necessário a busca de um comportamento diferente do usual, e que nos coloca em uma posição totalmente passiva diante da variedade de ocasiões que se apresentam diariamente para nós.
Culparmos o outro como responsável por aquilo que vivemos atualmente torna-se uma alternativa tentadora. Entretanto, ela também nos paralisa diante das possibilidades que podemos vislumbrar quando assumimos nossa parcela de envolvimento nas alternativas que se apresentam.
Sendo assim, se nos dispusermos a colocar em ação nossa capacidade de reflexão de modo a selecionar de maneira mais promissora nossas escolhas, é muito provável que as ocasiões em que sentimos o impulso em responsabilizar algo ou alguém por uma situação que vivenciamos, torne-se menos frequente. E, quiçá, desapareça por completo de nosso modo de agir.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

2 comentários:

  1. Nunca me canso de aprender contigo, viu? Obrigado pela oportunidade.
    Devemos exercitar a arte de não querer ter razão em tudo. de nos perdoar pelas atitudes tomadas, pelos erros cometidos e AMAR, independente de quem ou como seja. Partilhar sem exigir.
    Abraço
    Fique com DEUS
    Normando

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    1. Fico contente que esteja sempre aprendendo Normando, não importa com quem, o importante é estarmos abertos ao aprendizado eternamente....
      Boa semana!!

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