Fazemos planos e sonhamos com a
realização deles. No entanto, a frustração paira como uma sombra em torno da
concretização almejada. Assim, corremos o risco de experimentarmos o desânimo
quando a decepção em relação a algo ocorre.
Num primeiro momento somos
levados a nos voltarmos para nossas questões particulares e culparmos tudo e
todos ao nosso redor. Desse modo, eximimos a nós mesmos das responsabilidades
envolvias na construção de alternativas as quais representem possibilidades de
alterações, que poderiam culminar em um resultado diferente.
Em algum momento de nosso existir
podemos ser conduzidos a um ponto, no qual damos início a um processo de
avaliação do desenrolar de nossos planos e do percentual de realização deles.
Nesse momento, a constatação de que nem tudo ocorreu como desejado pode fazer
emergir sentimentos os quais nos paralisem diante das possibilidades que não somos capazes de vislumbrar.
Então, pode se fazer presente,
nesse caso, a necessidade de nos permitirmos auxílio, no sentido de olharmos de
um modo diferente para o nosso envolvimento no desenrolar dos acontecimentos
que julgamos como insucessos.
Se permitirmos que a sensação de
desânimo se apodere de nós nesse momento, podemos, assim, nos tornar alguém que
experimenta o amargor da perda. E, desse modo, sermos levados a lidar com o
luto subsequente a ele, pois ao abrirmos mão de nosso investimento naquilo que
consideramos importante, também, por conseguinte, nos apartamos da
possibilidade de proporcionarmos, a nós mesmos, alternativas diferentes
daquelas planejadas a princípio.
Sendo assim, podemos, como descrito na
lenda da fênix, nos permitirmos o renascer das cinzas. Isto é, vivermos a dor
da perda em relação ao sonhado e darmos início a novos planos e novos sonhos, os quais nos permitam experimentar a sensação de busca que pode constituir um
refazer de energias no momento em que a dor se faz inevitável.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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