Mais frequente do que desejamos
estamos suscetíveis ao erro. Porém, não raro é encontrarmos algo ou alguém que,
“muito provavelmente”, nos induziu a errar. Assim, justificamos nossas atitudes
menos felizes de modo a nos isentarmos das responsabilidades e consequências
decorrentes de tal erro.
Há quem se culpe por tudo. E,
certamente, esse será seu próprio vilão por muito tempo, tendo em vista não ser
possível que sejamos responsáveis por “tudo” o que ocorre ao nosso redor. Contudo,
se pensarmos a respeito dos diversos “vilões” com os quais nos deparamos, poderemos
refletir um pouco sobre nós mesmos.
Ao responsabilizarmos o outro,
seja uma pessoa, um evento ou algo; localizamos o vilão “longe” de nós. E, com
isso, temos a chance de acreditar termos sido vítima de alguma ocasião infeliz
ou, ao menos, não termos tido escolha. Isto é, seja lá o que for que aconteceu
não havia alternativas para se evitar o ocorrido. Será realmente assim que acontece?
Quando algo nos é estranho, tendemos
a buscar maneiras de tornar esse estranho o mais próximo possível de algo que
nos seja familiar, para, então, experimentarmos um pouco menos de desconforto
cm a situação inédita. O oposto ocorre quando nos deparamos com uma situação
que nos deixa infeliz ou denote que erramos. Buscamos, nesta ocasião, maneiras
de distanciar o máximo possível tal situação de nossa realidade, para nos
sentirmos mais confortáveis com nossos limites. Pois, é a respeito de nossos
limites que nossos erros “falam”.
Aceitar o limiar de nossas
capacidades não constitui algo fácil. Assim, ao termos alguém ou algo para
responsabilizar em lugar desse nosso “não ser capaz”, se faz presente uma
tentação quase irresistível de nos reconfortarmos nisso.
Entretanto, sempre que fugimos de
nossos erros ou que deixamos de assumir nossa parcela de responsabilidade por
eles, perdemos uma grande oportunidade de aprendermos com o processo o qual
envolve errarmos e desenvolvermos habilidades para lidar com o limite que ele
nos anuncia. Piaget, psicólogo e educador francês, afirmou que aprendemos mais
com nossos erros do que com nossos acertos, devido ao sentimento que aqueles
despertam.
Nos cabe, então, buscar maneiras
de nos fortalecemos para sermos capazes de “encarar” nossos limites e entendê-los.
Para, com isso, podermos expandir tais limites e alcançarmos o desenvolvimento
emocional que nos permitirá viver de modo mais equilibrado.
Márcia A. Ballaminut
Cavalieri
Psicóloga – CRP 06/95124
E-mail: marcibcavalieri@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário