12 dezembro 2014

PREOCUPAÇÃO

Há algum tempo alguém contou uma pequena história sobre o preocupar-se. Dizia ele que em nossa vida temos apenas duas coisas para nos preocuparmos: seremos bem ou mal sucedidos?
Sendo bem sucedidos não nos resta nada com o que nos preocuparmos, mas se formos mal sucedidos teremos de nos preocupar com apenas duas coisas: teremos saúde ou ficaremos doentes?
Se tivermos saúde, novamente, não teremos motivos para preocupações, mas se ficarmos doentes nos restam apenas duas preocupações: alcançaremos a cura ou morreremos? Se nos curarmos não temos nada com o que nos preocuparmos, mas se morrermos, novamente nos resta duas preocupações: iremos para o céu ou para o inferno?
Então, segundo esse alguém, se formos para o céu não nos resta mais preocupações. Porém, se formos para o inferno estaremos tão ocupados cumprimentando os muitos amigos que encontraremos por lá que não nos restará tempo para futuros aborrecimentos.
Partindo desse ponto de vista, ou seja, o de preocupações significarem um gasto de energia que talvez não nos leve a nenhum progresso, interessante seria avaliarmos quais as nossas reais preocupações. Isto é, com o que nos pré-ocupamos em lugar de nos movimentarmos rumo ao nosso desenvolvimento.
Muitas vezes nos “prendemos” a situações que não permitem uma solução no momento presente. Podemos, também, nos ocuparmos de situações passadas impossíveis de serem modificadas por estarem finalizadas, o que nos resta, então, é lidar com as consequências que emergiram. Ou ainda, nos ocuparmos com situações possíveis e hipotéticas e das quais não temos como ter uma prévia absoluta de como irá ocorrer.
Sempre ao nos mantermos atentos, em demasia, nas situações que não se encontram no presente, corremos o risco de interrompermos nosso desenvolvimento, não percebendo as possibilidades que surgem. O único momento em que podemos, de fato, agir é no presente e ao nos conscientizarmos disso ampliamos nossas chances de focalizarmos nosso olhar para situações as quais podemos, certamente, interferir.
Acreditar que podemos mudar o passado, ou mesmo, controlar o futuro, representa uma ilusão que nos impede o movimento rumo ao crescimento e às conquistas pessoais. Então, nos desconectarmos das ilusões pode significar a possibilidade de encontrarmos alternativas variadas para as situações que realmente solicitem nossa atenção no “presente”.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124




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