Há algum tempo alguém contou uma
pequena história sobre o preocupar-se. Dizia ele que em nossa vida temos apenas
duas coisas para nos preocuparmos: seremos bem ou mal sucedidos?
Sendo bem sucedidos não nos resta
nada com o que nos preocuparmos, mas se formos mal sucedidos teremos de nos
preocupar com apenas duas coisas: teremos saúde ou ficaremos doentes?
Se tivermos saúde, novamente, não
teremos motivos para preocupações, mas se ficarmos doentes nos restam apenas
duas preocupações: alcançaremos a cura ou morreremos? Se nos curarmos não temos
nada com o que nos preocuparmos, mas se morrermos, novamente nos resta duas
preocupações: iremos para o céu ou para o inferno?
Então, segundo esse alguém, se
formos para o céu não nos resta mais preocupações. Porém, se formos para o
inferno estaremos tão ocupados cumprimentando os muitos amigos que
encontraremos por lá que não nos restará tempo para futuros aborrecimentos.
Partindo desse ponto de vista, ou
seja, o de preocupações significarem um gasto de energia que talvez não nos
leve a nenhum progresso, interessante seria avaliarmos quais as nossas reais
preocupações. Isto é, com o que nos pré-ocupamos em lugar de nos movimentarmos
em direção ao nosso desenvolvimento.
Muitas vezes nos “prendemos” a
situações que não permitem uma solução no momento presente. Podemos nos ocupar
de situações passadas impossíveis serem modificadas por estarem finalizadas, e
o que nos resta é lidar com as consequências que emergiram. Ou ainda, nos
ocuparmos com situações possíveis e hipotéticas e das quais não temos como ter
uma prévia absoluta do que irá ocorrer.
Sempre ao nos mantermos atentos às
situações que não se encontram no presente corremos o risco de bloquearmos
nosso desenvolvimento, não percebendo as possibilidades que surgem. O único
momento em que podemos agir é no presente. Ao nos conscientizarmos disso temos
grandes chances de focalizarmos nosso olhar para situações as quais, de fato,
podemos interferir.
Acreditar que podemos mudar o
passado ou mesmo controlar o futuro representa uma ilusão que nos impede o
movimento rumo ao crescimento e às conquistas pessoais. Então, não nos manter
conectados em ilusões pode significar a possibilidade de encontrar alternativas
variadas para as situações que realmente solicitem nossa atenção no “presente”.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com
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