O conhecimento de si próprio pode proporcionar uma
importante ferramenta no sentido de nos protegermos de nossas investidas contra
nós mesmos.
Nas palavras do filósofo e
teólogo Jean-Yves Leloup não há nada nem ninguém a temer a não ser a nossa
própria fraqueza ou covardia. Ele ainda
afirma que talvez jamais tenhamos tido outro inimigo além de nós mesmos.
Ao refletirmos a respeito dessas
afirmações podemos experimentar o impulso de nos colocarmos em situação de
defesa e encontrarmos diversas justificativas para não estarem diretamente
ligadas a nós e legitimarem os nossos “fracassos”. Ao longo de nossa existência
costumamos sonhar com diversas situações das quais apenas algumas se
concretizam. A frustração parece ser um sentimento que ronda como um
companheiro fiel, sempre pronto a se manifestar quando solicitado.
As palavras incitando que nossa
fraqueza ou covardia nos impede o crescimento pessoal, em um primeiro momento
soam como desalentadoras, levando-nos ao impulso de entendermos que não somos
capazes das conquistas almejadas porque somos nossos próprios inimigos e, sendo
assim, não temos como escapar de tal “armadilha”. Será que não há escapatória?
O que é chamado de fraqueza ou
covardia pode ser pensado como limitação. Todos nós temos nossos limites, porém
eles são passíveis de serem ampliados e, sendo assim, aquele que seria nosso
inimigo, eu mesmo, pode se tornar nosso principal aliado.
Entretanto, nem sempre
conseguimos tal objetivo sem ajuda. O ser humano vive em grupo e complementa
seu existir ao relacionar-se. Mas, nem sempre estamos atentos para o modo como
nos relacionamos. Não nos damos conta de que há um padrão nesse modo de ser. E,
o meia importante é que esse padrão pode ser conhecido e desenvolvido de modo a
satisfazer nossos anseios.
Quando nos permitimos o auxílio
no sentido de nos desenvolver abrimos espaço para o contato com o novo. E ao
nos conhecermos possibilitamos possíveis transformações que podem nos levar às
conquistas sonhadas, mas que ao longo do existir podem ter sido deixadas a um
segundo plano devido às dificuldades experimentadas ao longo das tentativas de
realização das mesmas.
Então, se somos nossos próprios
inimigos, cabe também a nós a iniciativa de uma jornada rumo a mudança desse
aspecto, para nos tornarmos aliados de nossos planos aos quais estão
interligados com nossas realizações. E se somos quem pode mudar nosso próprio
caminho não significa haver a necessidade de praticar essa mudança sozinho, ou
seja, podemos permitir e contar com o amparo do outro.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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