“Se entendermos ser, de algum
modo, a ausência de nosso esforço em prol do objetivo desejado a razão pelo fracasso
dele, podemos experimentar a culpa. ”
Em algumas ocasiões podemos
sentir falta de disponibilidade de toda a nossa energia para alcançar um
objetivo específico. Podemos não entender o porquê de desejarmos algo e,
experimentamos a sensação de não termos investido tudo na busca da realização
desse desejo. Ou, podemos, em oposição, acreditar que dispensamos tudo ao nosso
alcance e não ter sido o suficiente.
Então, a frustração como
consequência disso é quase inevitável. Porém, é necessário tentar entender o
ocorrido para alcançarmos uma compreensão do evento como um todo. Assim, poderemos
conceber formas mais efetivas para a realização do desejado ou, quiçá, mudarmos
nosso “desejo”.
No entanto alguns fatores podem
interferir nesse processo de modo a nos “paralisar”. Se entendermos ser, de
algum modo, a ausência de nosso esforço em prol do objetivo desejado a razão
pelo fracasso dele, podemos experimentar a culpa.
Nesse caso, pode parecer
importante perdermos algo para nos sentirmos “em equilíbrio” com o universo.
Isto é, sentimos necessidade de uma “punição” do mundo, para assim experimentarmos
a sensação de estarmos quites com o universo que disponibilizou para nós uma
oportunidade “desperdiçada”.
Num exemplo, pode ocorrer de
sabotarmos um prazer disponível como forma dessa punição ou, dispensarmos
pequenos gestos dolorosos para com nós mesmos ao visar nos sentirmos “em paz”.
Tais gestos podem ser de ordem física ou psíquica. O importante é nos mantermos
atentos para nossas particularidades, especialmente nossas dores, para não incorrermos
no risco de desencadearmos um processo de “autoflagelo”.
Elisabeth Kübler-Ross em seu
livro - A Roda da Vida - afirma não podermos confiar no futuro, pois a vida é
sobre o presente. Então, importante é buscarmos, no presente, maneiras de nos
aproximarmos cada vez mais de nós, especialmente através do autoconhecimento. Assim
estaremos mais aptos a identificarmos nossas mazelas e suas causas para, então,
não necessitarmos estratégias “sutis”, como o punir-se consciente ou
inconscientemente.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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