O individualismo constitui,
filosoficamente, uma doutrina ou atitude que considera o indivíduo como a
realidade mais essencial ou como o valor mais elevado.
Em tudo há uma medida em que,
quando ultrapassada, pode assumir uma característica nociva. É de suma
importância cuidarmos de quem somos de um modo ativo. Assim, constitui algo
salutar o nosso cuidado conosco de modo a preservarmos nossa individualidade.
Pois, dessa forma, minimizamos o risco de nos perdermos quando envolvidos com
algum sentimento que poderia reduzir a transparência de nossa personalidade.
Entretanto, é necessário atentarmos
para o fato de que vivemos em grupo, e precisamos uns dos outros para que
tenhamos um referencial o qual nos permita identificarmos, com clareza, quem
somos.
O individualismo constitui,
filosoficamente, uma doutrina ou atitude que considera o indivíduo como a
realidade mais essencial ou como o valor mais elevado. Assim, cada um que faz
parte de uma sociedade tem um papel relevante nela. O físico Fritjof Capra em
seu livro “O ponto de mutação” afirma sermos intensamente relevantes para a
sociedade pelo fato de sermos todos interconectados. De acordo com o autor, a interconexão
representa o fato de sermos “tocados” a todo o momento por nossas atitudes,
assim como pelas atitudes daqueles que compartilham a existência conosco e
assim consecutivamente.
O sociólogo Zygmunt Bauman chama
a atenção para o fato de o momento social atual tanger o que ele denomina
Hiper-individualismo, que segundo o sociólogo, constitui um comportamento no
qual o que não me atinge particularmente não consiste em algo da minha
realidade, não necessitando, por isso, meu cuidado ou atenção. Desse modo,
incorremos no risco de agirmos como se o outro não possuísse representação
significante em nosso existir.
Esse modo de agir pode explicar o
fato de presenciarmos comportamentos diversos os quais nos convidam a refletir
sobre o egoísmo. Isto é, um modo agir como se nada mais fosse importante do que
o bem estar próprio e individual.
Contudo, é bastante comum
presenciarmos fatos ou afirmações as quais nos permitem observar atitudes que
lesam ou ao menos melindrem, de algum modo, o outro. Então, se nos propusermos
a cuidar de nós de modo a conhecer nossos potenciais e limites, poderemos nos
habilitar, por conseguinte, a perceber de uma maneira mais eficiente o outro e
seus sentimentos e desejos. Nos habilitando, assim, a avaliarmos de modo mais
eficiente nosso comportamento.
Por isso, ao nos movimentarmos em
prol de nossa melhoria, poderemos, na mesma medida, aprimorarmos os
relacionamentos diversos pertinentes ao nosso dia-a-dia e, assim,
proporcionarmos um movimento mais amplo no sentido de um desenvolvimento
coletivo tendo em vista a interconexão definida por Capra.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga – CRP 06/95124
E-mail – marciabcavalieri@hotmail.com
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