"Gostamos de taxar as pessoas
com rótulos e isso nos faz confortáveis porque nos exime de qualquer
participação na construção daquele ser. No entanto, influenciamos e somos
influenciados por quem nos cerca."
Nossos comportamentos provocam
respostas naqueles com quem nos relacionamos. Seria ingênuo crer que ao
conviver com alguém as respostas seriam aleatórias, ou seja, não estariam
relacionadas aos modos de ser de cada um. O contato com alguém movimenta o
outro tanto quanto nos movimenta.
Ao lamentar a atitude ou o modo
de ser de alguém, não podemos nos esquecer da troca que ocorre em toda relação.
É difícil afirmar em qual ponto determinado modo de relacionamento teve início,
mas é possível conhecer o que ocorre para que as respostas em certo contato
sejam insatisfatórias.
Gostamos de taxar as pessoas com
rótulos e isso nos faz confortáveis porque nos exime de qualquer participação
na construção daquele ser. No entanto, mesmo contra nosso desejo, influenciamos
e somos influenciados por quem nos cerca.
Ao nosso alcance está a possibilidade
de assumir o cuidado com o contato para este ser especial e/ou proveitoso. Ou
seja, ao “olharmos” de um modo mais atento para os relacionamentos que estabelecemos,
podemos tornar possível a manutenção da qualidade deles.
É evidente não podermos contar com
essa possibilidade em todas as ocasiões, mas a cada momento que somos capazes
de olhar para nós mesmos e aceitar nossas verdades, sejam elas prazerosas ou
não, abrimos caminho para nosso desenvolvimento pessoal. E assim, por
conseguinte, de quem convive conosco. Deste modo, modificamos a qualidade de
cada relação que estabelecemos com os outros.
Então, se desejamos ter alguém
próximo a nós de determinada forma, isto é, que esse alguém tenha alguns
comportamentos os quais almejamos nesse outro, não podemos nos esquecer de que
todo contato constitui uma via de duas mãos. Isto é, oferecemos, porém, também
recebemos.
É impossível nos relacionarmos
sem que haja trocas, e essas trocas permeiam a essência do nosso modo de ser e
daqueles com quem estabelecemos algum tipo de contato. Sendo assim, ao nos
conhecermos verdadeiramente e aceitando nossos limites, nos tornamos mais aptos
a estabelecer relacionamentos que proporcionem maiores satisfações, mais duradouros
e envolvidos em menos frustrações.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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