“É importante cuidarmos de
nosso bem-estar e buscarmos formas de nos protegermos. Entretanto, precisamos
nos manter atentos para não descuidarmos de nossas relações.”
Uma maneira de nos mantermos
tranquilos a respeito de algo é nos distanciarmos. Enquanto criança somos
levados a um aprendizado que possibilita nos protegermos daquilo que nos
oferece algum tipo de perigo. Isto é, não nos expormos a alturas perigosas
entre outras situações.
Não podemos nos esquecer, porém,
da proteção relacionada ao nosso bem estar psíquico e emocional. Sendo assim,
encontrar formas de defender a manutenção desse bem estar, está de certa forma
inerentemente relacionado à continuidade de nosso existir. Pois, somos
amparados o tempo todo por nosso aparelho psíquico, o qual se mobiliza nos momentos
de maior dificuldade no intuito de nos manter equilibrados o máximo possível.
A psicóloga e autora Lídia
Rosenberg Aratangy afirma haver um tipo de mecanismo para nos tranquilizar e
ajudar a viver com alguma sensação de segurança num mundo abastado de perigos.
Tal mecanismo, segundo a psicóloga, consiste em dividir a humanidade em duas
partes: nós e os outros. Ou seja, ao nos colocarmos aparte de todos os outros
salvaguardamos a distância e, com isso, “garantimos” nossa segurança.
Contudo, tal segurança pode
tornar-se contraditória ao considerarmos o fato de nos construirmos como seres
existentes na medida em que nos relacionamos com os outros. Então, estabelecer
tal separação entre nós e o resto do mundo pode nos colocar numa situação,
futuramente, inconveniente.
É extremamente importante
cuidarmos de nosso bem estar e buscarmos formas de nos protegermos. Entretanto,
precisamos nos manter atentos para não descuidarmos de nossas relações, tendo
em vista residirem nelas nossas possibilidades para novas oportunidades de
desenvolvimento pessoal.
Sendo assim, fixar distâncias
seguras do que pode nos prejudicar é essencial. Contudo, é preciso ter cautela
com esse processo, para ao final não nos encontrarmos carentes do
desenvolvimento de mecanismos os quais permitam nos relacionarmos com o outro (seja
esse outro algo ou alguém) de modo satisfatório. Pois, a mesma distância que
nos protege pode transformar-se em obstáculo.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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