Há alguns anos perdemos a companhia da Mel. Naquela ocasião
achei que nunca mais amaria outro cachorrinho como amei a Mel. Porém, veio a
Malú e me “disse” que não era bem assim. Veio a Luna e me mostrou que sou capaz
de amar MUITO. Então veio a ÍSIS. A minha cachorrinha. A dra. Bianca me
avisou que ela seria danada, pois tinha seu espírito de líder de matilha.
Danada, feliz, levada, ativa... Passou a dormir conosco, eu e
o papai Lauri. Teve seu probleminha com a perninha que cuidamos e tudo ficou
bem. Precisei mudar meu hábito em passar meus cremes noturnos porque ela amava lambe-los
e não lhe fazia bem. Tudo eu fazia para seu agrado e conforto. Como diziam a
tia Camila e a tia Beatriz - eu a mimava demais.
Hoje, ela dormia encostada em minha perna no sofá após o almoço
como fazíamos habitualmente.
De repente, ouço um pequeno grito, pois em seu tamanho
minúsculo todos os seus barulhos eram baixinhos. Ela estica as patinhas e
amolece todo o seu corpinho. Corremos à UTI. Mas já dentro do elevador em mosso prédio percebi
que seu coraçãozinho já não mais batia.
A dor não passa e não sei o que fazer para amenizar. TUDO me
lembra ela, sua alegria e carinho enchem meus olhos de lágrimas e meu coração
de dor.
Sou adulta e sei que isso tudo irá diminuir. Mas hoje não
acredito nisso. Só sinto dor e saudades e QUERO a ÍSIS de volta. Como uma criança
rebelde, teimosa e ingênua quero minha ÍSIS de volta pra mim.
Minha crença me conforta e me diz que ela já está brincando
e quase pronta para vir a outro lar e alegrar outro alguém. Mas eu ainda só consigo chorar...
Que dor ÍSIS. Não sei como vou dormir sem você ao meu lado
lambendo minhas mãos até eu quase pegar no sono.
Não sei como vou fazer minha maquiagem pela manhã sem ter você
deitada no travesseiro me olhando.
Não sei como vou tomar meu café sem você com um brinquedinho
na boca me esperando pra brincar.
Simplesmente não sei ÍSIS. Não sei!!!
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124