"Ao permitirmos a tudo dispor em seu próprio fluxo, podemos deixar de agir quando se faz importante."
Vivendo em grupo estamos todos
interligados. Fritjof Capra anuncia a inter-relação possuir um limiar um tanto
mais abrangente. Segundo o físico, nossas atitudes interferem e influenciam o
mundo ao nosso redor, de tal monta que nos tornamos responsáveis pelos
acontecimentos em um grau muito mais elevado daquele imaginado por nós. Sendo
assim, a conexão tida com o todo nos conduz a um ponto no qual o cuidar de nós assume
a função de um cuidar de tudo.
Sendo assim, de algum modo, apresentamos
responsabilidade com o bem-estar alheio bem como o nosso próprio. No entanto,
nem sempre cuidamos desse bem-estar com o afinco necessário. Relegamos a outros
ou mesmo a um outro tempo tal conduta. E, por conseguinte, corremos o risco de
não atentarmos para as consequências dela.
Ao nos conscientizarmos de nossa
“parceria” com todos os seres que convivem conosco, assumimos um papel mais
participativo no que tange as atitudes e consequências delas relacionadas, não
apenas a nós, mas aos outros também.
Alguns conclames da atualidade
nos induz a um comportamento laissez
faire. Isto é, o não envolver-se em questões consideradas além de nosso
alcance. Mas, o limiar entre o que não nos diz respeito e o que deixamos de
lado ao visar nosso “conforto” pessoal, pode tornar-se quase imperceptível. E,
assim, uma atenção um pouco mais acurada para o discernimento entre eles pode
ser necessária.
Ao permitirmos a tudo dispor em seu próprio fluxo, podemos deixar de agir quando se faz importante. Em muitas
ocasiões somos levados a crer que nossas ocupações, ou mesmo nossos objetivos
primordiais, assumem importância tal ao ponto de deixarmos a um segundo plano o
cuidado com relações importantes para nós. Mas, apenas nos aperceberemos da importância
dessas relações no momento em que a perdemos.
A liberdade de escolha nos
permite experiências singulares, contudo, não podemos negligenciar as
consequências as quais podem ser tardias, porém inevitáveis. É comum
justificarmos as escolhas feitas por nós com a ausência de opções. Entretanto,
na maioria das vezes, não atentamos para o fato de termos permitido que nossos
medos, inseguranças ou negligência assumissem lugar de destaque e influenciassem
nossas atitudes.
Então, se num momento de reflexão
ou de dor nos darmos conta de decisões as quais nos conduziram a um momento
indesejado, cabe a nós a busca do conhecimento mais particularizado de nossos
limiares. Assim, de forma mais clara, objetiva e ágil nos habilitaremos ao
cuidado com as escolhas as quais elegemos como de maior representatividade. Então,
garantiremos a manutenção de nosso bem-estar, o qual, como afirma o físico Fritjof
Capra, sobrevém o bem-estar geral.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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