01 junho 2012

ILUSÃO


No dicionário Aurélio encontra-se como uma das definições da palavra ilusão: engano dos sentidos ou da mente, que faz que se tome uma coisa por outra, que se interprete erroneamente um fato ou uma sensação.
Outro fator é que ao nos iludirmos incorremos em uma grande possibilidade de nos frustrarmos. Ao ter em vista ser habitual investirmos muito de nossa energia na busca do que consideramos ideal, ao constatar ser isso uma ilusão somos conduzidos, quase inevitavelmente, à frustração.

A psicóloga Lídia Rosenberg Aratangy afirma em seu livro “Doces Venenos” ser a frustração não um desvio da rota, mas parte do caminho do desenvolvimento. Segundo ela todos nós precisamos aprender a tolerar o fato de não ser possível termos tudo, nem ganharmos todas as batalhas. Sendo assim, essa capacidade, como afirma a autora, tem tudo a ver com a possibilidade de fazer escolhas, que tem tudo a ver com o poder dizer “não” a um prazer imediato.

Mas, como identificar quando estamos sendo levados por um engano de nossos sentidos ou da nossa mente? Na ânsia por satisfazer nossos desejos podemos ser induzidos a crer na possibilidade de algo o qual pode não acontecer. No entanto, como identificarmos tais situações e, ao fazer isso, como proceder para que a dor da frustração seja menos intensa?

A possibilidade de fazer escolhas é também, como afirma o filósofo Jean Paul-Sartre, uma condenação devido ao fato de o fazermos a todo o instante e, sermos obrigados a lidar com suas consequências. Então, ao escolhermos nos colocamos a mercê de uma possível frustração se estivermos envolvidos em algum tipo de ilusão.

Identificar quando estamos enganados a respeito de algo não constitui tarefa simples. Nossa ânsia pela satisfação e prazer imediato pode fazer com que nos tornemos afoitos na busca deles. E, diante dessa ansiedade nossa capacidade de avaliar as situações pode ficar obnubilada. E, desse modo nos tornamos presa fácil para a dor da frustração.

Se contarmos com nossa capacidade de reflexão e conseguirmos conter nossa ansiedade, poderemos exercer com maior discernimento a possibilidade de clarificarmos nossa análise dos fatos e, então nos protegermos da chance de tomarmos uma coisa por outra.

Em muitas ocasiões o poder contar com alguém o qual nos auxilie a “abrir os olhos” pode ser uma grande oportunidade para nos mantermos no caminho de nosso desenvolvimento. Assim priva-nos o máximo possível das ilusões, ou, ao menos, diminui sua frequência ou, ainda, o tempo no qual nos mantemos iludidos.


Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

2 comentários:

  1. Precisão é uma das qualidades latentes na mente dessa moça de sorriso difícil e voz profunda, marcante e de comentários salutares e revigirantes!
    Fique com DEUS, doutora.
    Abraço!
    Normando

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    Respostas
    1. Alguém já disse que a bondade está nos olhos de quem vê...
      Obrigada por seu olhar sempre generoso Normando!!!
      Abraço.
      Márcia.

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