Muitas vezes podemos ser
acometidos por uma questão a respeito do que é certo ou errado. Como podemos
ponderar de modo “correto” sobre isso? Qual a medida que estabelece o limiar
entre o que pode ser adequado ou não a algo ou alguém?
Pode-se viver um bom tempo em
busca de medidas certas a respeito de diversas questões. Porém, essa busca pode
estar num âmbito o qual não abarque a amplitude das possibilidades existentes.
Um primeiro ponto a se observar é
a singularidade de cada um de nós. A história perpassou um período em que a
uniformização era algo muito almejado. No entanto, pôde-se constatar ser a
singularidade nossa principal característica. Desse modo, ao nos tornarmos
uniformes corremos o risco de perdermos nossa especificidade.
É óbvio possuirmos diversos
pontos similares, entretanto, cada um representa de modo singular as
experiências vividas. Alguém pode experimentar a perda de algo ou alguém,
contudo, o significado da perda para cada um será diferente, bem como o modo
como lidar com ela.
Sendo assim, como estabelecer
medidas para o que é melhor ou pior, certo ou errado? Onde encontramos os
valores adequados para um viver tranquilo, sem grandes saltos? Pode ocorrer de
tais valores serem diferentes para cada um como são as representações, que ocorrem
de modo diferente também.
Então, podemos dispender um
bocado de nosso tempo na busca de valores para nos proporcionar alguma
referência a respeito do que queremos ou não. Mas, podemos, ao invés disso,
utilizar nossa disponibilidade para tentar compreender nossos limites e os
significados deles para nosso existir.
Uma forma de empreender tal
tarefa consiste em prestarmos maior atenção às nossas nuanças por menores que
sejam, para, assim, sermos capazes de detectar com maior eficácia o que nos faz
“bem” ou não.
Isto é, na medida em que
conhecemos nossos pormenores, nos tornamos cada vez mais capazes de estabelecer,
para nós mesmos, as variações de graduação relativas ao que consiste nossa
medida. E, por conseguinte, nos tornamos autônomos para estabelecermos, para
nós mesmos, o que representa nosso limite.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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