Na atualidade, especialmente
devido à disseminação das redes sociais, é comum afirmações públicas ou, em
algumas ocasiões, reservadas a respeito da certeza de acerto em relação às
decisões tomadas ao longo da vida. Fala-se, inclusive, da satisfação e
segurança envolvidas nestas decisões.
Frases de efeito nos conclamam a nos
arrependermos do que fizemos e não do que deixamos de fazer.
Isto é, há uma “solicitação” para termos atitudes que visam o não termos o que
lamentar no futuro. Este mesmo futuro o qual não nos permitimos pensar muito a
respeito e, nem tampouco, considerarmos que nossas atitudes hoje o influenciam
mais do que gostaríamos.
Contudo, será garantia de
satisfação e tranquilidade não nos preocuparmos muito com as consequências de
nossos comportamentos de hoje? Presencia-se uma busca desenfreada, de todos nós,
em busca de algo o qual nem sempre conseguimos identificar o que é. A única
informação obtida é ser preciso nos apressar. Estamos sempre atentos aos “relógios”
e às solicitações sociais como se estivéssemos deixando algo para trás.
Mas, nesse processo deixamos de
lado a lembrança de que nossas escolhas envolvem, a todo o momento, ao menos
duas alternativas. E isso significa uma delas ser negada para outra ser
colocada em prática. Isto é, ao optarmos por algo, outro “algo” é deixado de
lado.
Porém, não é raro, após alguns
anos, ao exercitarmos algum tipo de reflexão ou comparação, nos questionarmos
se a decisão tomada há muito tempo foi a mais adequada. Nesse momento podemos
iniciar um caminho na busca de analisarmos os ganhos e as perdas envolvidos.
Contudo, ao darmos início a esse
processo, corremos o risco de experimentarmos sentimentos de frustração. Pois,
não podemos nos esquecer de que toda escolha envolve a frustração de uma das
alternativas possíveis. E, se nós escolhemos isso representa que também somos quem
foi frustrado.
É nessa ocasião que podemos
experimentar o impulso para buscarmos modos de nos realizarmos com maior
frequência. Ou, um impulso que nos imobilize em lamentações do que perdemos, levando-nos
a uma inércia a qual nos imobiliza no tempo em que estamos ressentidos.
Então, para possibilitarmos que
nossa escolha atual seja mais apropriada às nossas realizações, às vezes é
preciso reconhecer termos feito escolhas as quais não foram as mais adequadas. E,
assim buscarmos modos de viabilizar a garantia de satisfação no presente.
Talvez, ao rever as antigas decisões.
Desse modo, necessitamos exercitar
nossa atenção para nosso bem estar e nos permitirmos o cuidado necessário para esse
processo não ser permeado de dores e sofrimentos desnecessários.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Nem sempre é possivel fazer o que se quer, mas que bom...quando é possivel continuar querendo o que se fez. um abraço Márcia maria
ResponderExcluirCom certeza Maria, ter o privilégio de continuar querendo o que se fez é algo realmente singular!!!
ResponderExcluirSignifica que ainda concordamos com as escolhas feitas.
Obrigada por seu acréscimo sempre bem vindo.
Beijos.