Heidegger, filósofo, afirma ser
inapropriado o envolver-se em demasia com o tempo. Segundo o filósofo, o futuro,
o passado e mesmo o presente são importantes na constituição de nosso modo de
ser. O tempo presente assume função primordial em nosso existir. Entretanto, é
de suma importância a condição de ser capaz de “movimentar-se” no tempo sem
grandes perturbações.
Encontramos na sabedoria popular
diversas afirmações que corroboram esse pensamento, e as quais salientam o quão
importante é o cuidado com o tempo atual. Porém, sem desmerecer a importância
das experiências passadas e, nem tampouco, negligenciar as possibilidades do
por vir.
Contudo, um limiar, o qual pode
permanecer despercebido por nós, envolve o que poderia ser nomeado de a
“proporção adequada”. Isto é, quanto de nosso tempo é o ideal para nossas
preocupações com o que se foi e o que está por vir tenha a função de contribuir
para o nosso desenvolvimento e não interrompê-lo.
Valorizar nossas experiências
passadas nos permite a possibilidade de um conhecimento que foi exercitado e,
por isso, possui importante representação em nosso progresso pessoal. Isto é, o
que já foi vivenciado torna possível um contato mais próximo com as suas consequências
e, por conseguinte, possibilita uma “previsão” do que pode ocorrer ao proceder
determinada escolha.
Já o envolvimento com nossos
desejos futuros nos permite o planejar. Ou seja, a partir do conhecimento adquirido
buscamos formas de nos capacitarmos para realizar tais planos. Assim, se estivermos munidos da “capacidade de
prever” consequências, que o conhecimento prévio pode tornar possível, os
planos podem adquirir um delineamento mais adequado em prol de sua
concretização.
No entanto, como “medir” o quanto
de nossa energia é dispendida nesse processo? De qual forma podemos avaliar se
nossas preocupações com passado e com o futuro estão em um patamar adequado
para nossa evolução pessoal no presente?
Nem sempre consiste em uma tarefa
amena o conhecimento acerca de limiares. O processo em adquirir conhecimento relativo
a qualquer tema necessita nosso envolvimento de modo a nos apropriarmos das
informações possíveis e disponíveis sobre ele. Então, torna-se indispensável as
experiências para o planejar.
Talvez, uma maneira de avaliarmos
o quanto de nossa “dedicação” é empregada em determinada ação, consista em avaliar
como nos sentimos a respeito da mesma. É comum menosprezarmos nossas sensações,
mas elas consistem em forte influência quando se trata de nosso
desenvolvimento.
Então, ao considerar relevante o
raciocínio de Martin Heidegger, a compreensão do que ocorre conosco relacionado
ao nosso tempo, seja ele futuro, passado ou presente, assume extrema relevância
para a compreensão em como estamos “localizados” em nossa existência:
paralisados ou em evolução.
Pois, para este filósofo, quando
focalizamos atenção demasiada em determinado “tempo”, nos colocamos na situação
de “congelamento” no mesmo. Ou seja, deixamos de nos desenvolver rumo a um
progresso pessoal, visto que direcionamos de forma exclusivista nossa energia e
concentração.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Mto bom!!! Adoro seus textos!!
ResponderExcluirOlá Júlio!!
ExcluirFico muito feliz por você gostar dos textos.
Muito obrigada pelo retorno.
Beijos e Boa semana!!!
Márcia.