Atualmente a necessidade de
motivação parece estar em pauta em praticamente todos os âmbitos de nossas
relações, sejam elas relativas ao trabalho ou de ordem pessoal. É comum
lamentações relacionadas ao desânimo e a falta de motivação para investimentos
pessoais no que concerne nosso próprio desenvolvimento e na busca de algum
objetivo.
Na ânsia da tão almejada
motivação, muitas vezes, nos sujeitamos a experiências as quais nem sempre
fazem sentido para nós. No entanto, nesse processo, incorremos no risco de
buscarmos motivação de um modo no qual nossos reais desejos permanecem
obscuros, inclusive para nós mesmos e, desse modo, a empreitada torna-se
especialmente difícil.
O modo de nos relacionarmos nos dias atuais
nos conduz a competividade de uma maneira que resvalamos na busca do
“impossível”. Nos submetemos a comportamentos que, em sua maioria, não condiz
com nosso modo de ser. Isto é, desrespeitamos o limite de nossa capacidade.
Ao reconhecermos nosso potencial
também nos apoderamos da consciência de nossos limites e, desse modo, nos
tornamos aptos a respeitá-los. Assim, quando nos permitirmos comparações
relativas à competitividade solicitada pela ordem social, poderemos proceder de
um modo um pouco menos injusto para conosco.
Contudo, permanece uma questão:
como nos motivar diante de tais solicitações? E, especialmente de alguns
“impedimentos”, particularmente os relativos aos nossos limites pessoais?
Lamentavelmente ainda agimos de
modo a satisfazer, primeiramente, as solicitações alheias relativas a questões
nem sempre concernentes ao nosso desejo, e que desrespeitam nosso real
potencial. Então, nesse proceder, buscamos agir de acordo com o esperado e não de
acordo com nossa capacidade. Nesse percurso, é comum buscarmos motivações no
outro e não em nós.
Quando optarmos por agir dessa ou
daquela maneira, fazendo escolhas embasados no que desejamos para nós
independente do que o outro conquistou, haverá um risco bem menor de nos
sentirmos frustrados. Assim, a empreitada não se tornará demasiado difícil e é
bem provável que iniciemos conquistas pessoais que nos motivem a buscar cada
vez mais tal sensação.
Sendo assim, ao cuidarmos de nos
motivarmos por nós e não pelo que o outro é capaz de realizar, ou seja, almejarmos
alcançar nosso próprio pódio e não aquele que o outro alcançou, nos
possibilitaremos a oportunidade de experimentar realizações singulares e
referentes ao nosso potencial. E, desse modo, a busca do objetivo torna-se algo
pessoal e passível de nos motivar de um modo mais intenso e duradouro.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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