A velocidade solicitada de nós
nos dias atuais poderia ser comparada a um aparelho de GPS o qual necessita,
com extrema velocidade, recalcular a rota para que se perca o rumo do destino.
Contudo, precisamos nos lembrar,
e com alguma frequência, que não somos aparelhados de engrenagens. Ou melhor,
atualizando: conexões eletrônicas, que nos permitam recalcular o que quer que
seja em alguns segundos e praticamente sem “danos”.
Quando esperamos de nós mesmos
respostas ágeis e precisas estamos, tristemente, tentando nos equiparar às
máquinas. René Descartes, filósofo, físico e matemático, comparou o ser humano
a uma máquina e suas engrenagens. Mais
tarde, o físico Fritjof Capra destacou estarmos todos interligados como em um
grande sistema.
Desse modo, poderíamos afirmar
existir uma “gigantesca” máquina na qual todos fazemos parte e nos relacionamos
com suas consequências de maneira mútua e conectada. Entretanto, se nos permitirmos
um olhar demasiado “técnico” para conosco, incorremos no risco de
negligenciarmos uma questão de extrema importância: nossas emoções e sentimentos.
“Recalcular a rota” não constitui
algo simples quando se trata de nossos sonhos e planos. Quando nos propomos a
planejar e sonhar envolvemos nesse processo emoções e sentimentos aos quais, em
muitas ocasiões, não nos damos conta da real proporção. A não ser quando estes encontram-se
frustrados por alguma razão.
Por isso, é inquestionável o
crédito que devemos prestar à capacidade de nos refazermos quando algo não
ocorre como esperávamos. Porém, esse
modo de agir não constitui algo que consigamos executar com plena facilidade.
Mas, é de suma importância mantermos em nossa lembrança que podemos refazer
nossos planos.
Fazer uso de nossa capacidade de
resiliência, isto é, nos refazermos após a ocorrência de algo que nos frustra
ou decepciona, representa um exercício concomitante de nossa possibilidade de
ampliar nossas alternativas, como afirma o filósofo Heidegger ser a nossa mais
especial habilidade.
Então, buscar nos conhecermos
amplamente pode representar a oportunidade de nos habilitarmos a “recalcular”
nossas rotas com maior agilidade, sem nos tornarmos apenas um GPS, mas alguém
capaz de considerar os sentimentos e emoções envolvidos em todo o processo de
refazimento.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Vez por outra somos forçados a mudar nossa rota porém sem perder de vista o nosso foco. Obrigado doutora Márcia por me lembrar q o autoconhecimento nos ajuda a avaliar os sentimentos e as emoções envolvidos no processo de recomeço.
ResponderExcluirNão há o que agradecer Paulo.
ExcluirFico contente que tenha gostado do texto e agradeço pelo retorno!
Abraço e boa semana!!