Em toda sociedade o indivíduo é
valorizado pelo sucesso profissional que obtém. Portanto, a escolha da
profissão adequada torna-se um objetivo primoroso. E no nosso país isso é
exigido do jovem em idade em torno de dezesseis anos.
Nesse período o jovem ainda
encontra-se em transição física e emocional, buscando seu lugar na família e no
círculo de amigos. Então, a escolha da profissão emerge como algo mais
importante que qualquer outra questão que esse jovem possa ter. E ele se depara diante de uma decisão que
pode significar tudo do melhor para ele... Ou não.
Como ajudar um jovem nessas
condições? O que se pode fazer para permitir que ele possa refletir sobre si
próprio, isto é, sobre quem ele é e o que quer fazer? O teste vocacional é o auxílio
mais procurado e com certeza tem seus méritos, mas será suficiente? Será que
todos os jovens que fazem seu teste vocacional ficam totalmente satisfeitos com
o resultado?
Quando uma decisão está para ser
feita é importante uma reflexão que analise prós e contras e, principalmente,
as conseqüências que a decisão pode trazer, como por exemplo, a mudança de
cidade em que se vive e a distância do conforto do lar e do cuidado dos pais
quando ainda se é tão jovem.
Somos totalmente livres para
escolher, porém condenados às suas conseqüências, como afirma o filósofo francês
Jean-Paul Sartre. Então, algumas perguntas são fundamentais para a reflexão
sobre qual profissão exercer quando inserido na vida adulta e, com a mesma
importância, onde preparar-se para o aprendizado da profissão escolhida.
Algo nem sempre levado em conta é
o que se tem prazer em fazer. Não estamos acostumados a pensar nisso, afinal
somos educados para produzir o máximo possível e ter sucesso, o prazer poucas
vezes tem lugar de destaque quando pensamos em trabalho. Mas se uma atividade
que poderá ocupar mais de um terço do tempo de nosso dia-a-dia não nos
proporcionar prazer, seremos capazes de exercê-la de maneira satisfatória? E se
conseguirmos, por quanto tempo isso será possível até nos cansarmos,
experimentarmos frustrações ou ainda, adoecermos e nos tornarmos, desse modo,
pessoas entristecidas sem compreender muito bem o por quê?
Talvez, o mais importante para um
jovem que se encontre num momento de decisão tão delicada, seja ao menos contar
com a compreensão de quem o cerca. Para permitir que ele tenha em mente que
alguns caminhos são passíveis de mudança ou até mesmo de retorno. E que o mais
importante ao se decidir por qual profissão optar é, acima de tudo, sentir-se
satisfeito em exercê-la. Ou seja, que a atividade profissional possa
proporcionar satisfação não somente no âmbito monetário, mas também, e
principalmente, no âmbito pessoal. E um dos modos mais importantes para
descobrir o que nos dá prazer é nos conhecermos.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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