Atualmente fala-se muito em
depressão e ela sempre está associada há algo negativo, uma situação que gera
preocupação em quem se encontra deprimido e àqueles os quais cercam pessoas nesse
estado depressivo.
A depressão apresenta causas
emocionais e físicas, não sendo possível afirmar com exatidão qual delas primeiramente
se manifesta. Então o importante é, em algumas situações, ela se caracterizar
como uma “doença” e, como tal, possuir sintomas identificáveis: desânimo,
sensação de cansaço, e cujo quadro muitas vezes inclui, também, ansiedade, em
grau maior ou menor, abatimento moral ou físico e diminuição de função
fisiológica.
Em virtude disso, o indivíduo
apresenta um quadro no qual não tem disposição para uma iniciativa em prol de
si mesmo, e assim caracteriza uma situação preocupante para quem acompanha quem
se encontra nessa condição. É importante ressaltar que há os chamados
depressivos. Esses, geralmente, são indivíduos que com certa facilidade se
entristecem em demasia e não conseguem encontrar ânimo para buscar soluções
para seus problemas.
Para esses casos há diversos
tratamentos incluindo o medicamentoso, que é de grande auxílio e oferece um
excelente resultado. É importante lembrar que somente os medicamentos podem não
serem suficientes, tendo em vista tratar-se de um problema de ordem emocional
também e que não descarta a busca de um autoconhecimento.
Outro ponto a ser avaliado é que
a depressão talvez não precise ter uma conotação tão negativa como a atual. O
indivíduo quando “deprimido” torna-se alguém mais voltado para si e passa a ser
atento a pequenos detalhes de seu modo de ser e sentir. Reflexivo a respeito de
diversas situações pode tornar-se capaz de determinada atitude, tendo em vista
sua atenção mais cuidadosa em relação aos detalhes.
Se tomarmos como exemplo uma
mola, essa precisa ser contraída ao máximo para poder exercer toda sua força ao
ser liberada. Podemos, desse modo, nos compararmos a uma mola contraída quando
estamos depressivos. Estamos recolhidos (contraídos) a nós mesmos, observamos
nossas sutilezas e nuances das situações em que nos encontramos. E sem nos darmos
conta, acumulamos nossas forças para, ao tomarmos uma decisão, termos condições
de colocar em prática todo nosso potencial.
É comum nos sentirmos muito
decepcionados conosco quando nos encontramos em tal estado, e normalmente não
queremos nos sentir triste ou frustrado. Mas é de grande importância experimentar
tais sentimentos para podermos nos desenvolver como seres independentes e
adquirirmos satisfação pessoal. Pois, a satisfação envolve frustrações por
tratar-se de um processo com diversas fases. Ou seja, nos sentirmos satisfeitos
conosco não é algo que simplesmente acontece, há um processo que possibilita
nos desenvolvermos ao ponto de nos sentirmos satisfeitos com quem somos.
Portanto, se mudarmos nossa compreensão
para a chamada “depressão”, poderemos ter uma oportunidade de crescimento e,
mais uma vez, a chance de experimentarmos a satisfação de vencermos uma batalha.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: mariciabcavalieri@hotmail.com
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