Nem sempre nos damos conta, mas
sonhamos. Fazemos planos, temos desejos, almejamos algo... Isto é, podemos não ter
total consciência de que planejamos ou desejamos algo, mas o fazemos. Em algumas
ocasiões parece até ser difícil responder à pergunta: Qual o seu sonho?
Quando criança é comum sonharmos
com um brinquedo novo, um cinema, um passeio, etc. Para um adulto esses podem
parecer sonhos bem possíveis. No entanto, não se pode perder de vista que os
sonhos são proporcionais às nossas possibilidades.
Em sua maioria nossos sonhos são constituídos
de possibilidades as quais podemos disponibilizar para nós mesmos ou não. Porém,
para que os nossos sonhos sejam de fato proporcionais às nossas possibilidades
é necessário termos conhecimento de nossas potencialidades e, principalmente,
de nossos limites.
Quando desejamos algo sem levar
em conta essas perspectivas corremos o risco de sonharmos com algo o qual pode
estar na constituição do “impossível”. Ou, podemos não estar atentos ao que
constitui maior importância para nós naquela ocasião.
Ao longo de nossa existência fazemos
escolhas. Privilegiamos uma ou outra opção de acordo com o grau de importância que
ela possui para nós em determinado momento de nossa vida.
Mudamos a todo o momento. De acordo
com o filósofo Heráclito, não nos banhamos num mesmo rio, pois ao nos
retirarmos dele a água flui, sendo assim, ao mergulharmos novamente, já não é
mais a mesma água. Cada nova experiência
a qual vivenciamos nos constitui em alguém diferente do que éramos ante dela. Sendo
assim, nossos sonhos bem como as possibilidades e limitações que fazem parte de
nosso ser também mudam. Se considerarmos essas mudanças, um sonho frustrado
pode constituir apenas um momento inadequado para algo.
Então, se cuidarmos de nosso movimento,
isto é, nos mantermos atentos às nossas mudanças e experiências, podemos nos
tornar capazes de discernir com mais acuidade qual o melhor momento para qual
sonho. Ou ainda, nos habilitarmos a compreender quando um sonho pode ser substituído
por outro, de modo a não representar maior possibilidade de frustração do que
de satisfação.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga – CRP 06/95124
Contato: marciabcavalieri@hotmail.com
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