Em diversas ocasiões podemos nos
encontrar diante de alguma situação que não desejamos ou não planejamos. E, para completar, nem sempre há muitas
opções para nos livrarmos da famigerada situação. Costumamos denominar isso de
“problema”. Neste momento podemos experimentar o desespero, mas podemos também tentar
oferecer um novo olhar para o que está acontecendo.
Os problemas na verdade poderiam
ser considerados como “oportunidades”. O dicionário Aurélio, entre outras definições,
afirma que oportunidade é uma circunstância adequada ou favorável e problema é uma
proposta duvidosa, a qual pode ter numerosas soluções.
Se há a proposta de numerosas
soluções significa haver escolhas a serem feitas, sendo, portanto, a
oportunidade uma circunstância favorável, ou seja, algo o qual pode-se
considerar como sendo bom. Então, ao compreendermos um problema como sendo uma
oportunidade, na verdade, teremos algo muito positivo ao nosso alcance e que
nos impele a alguma atitude ou algum movimento.
Viver confortavelmente envolve
certa rotina. E esta rotina nos torna seguros, pois ficamos menos propensos às
surpresas. Entretanto, também gostamos das surpresas, especialmente as
agradáveis, como um presente inesperado ou uma visita de alguém que estamos
saudosos.
O filósofo Heidegger afirma que o
ser humano vive paradoxos, ou seja, estamos a todo o momento em contato com
contradições. Queremos sensações diferentes, mas não queremos nos arriscar.
Gostamos do calor, mas lamentamos quando está muito quente. Temos problemas ou
oportunidades? Mais um paradoxo que se apresenta no mínimo intrigante.
Se entendermos um problema como
uma oportunidade, o olhar para o mesmo, com certeza, irá adquirir outra
tonalidade. No entanto, outra questão surge quando mudamos o modo de olhar para
um problema, isto é, teremos que tomar algumas decisões, entre elas a de nos
movimentarmos para a solução do problema ou em direção a oportunidade que
surgiu devido ao referido problema.
Heidegger afirma termos o impulso
de nos acomodarmos conquistando assim uma segurança que, segundo ele, é
ilusória porque é precária, isto é, não é permanente. Portanto, se nos
dispusermos a mudar a interpretação de um problema para o entendermos como uma
oportunidade, poderemos crer que esses problemas ocorrem para nos levar a um
movimento que nos proporciona crescimento. Desta forma, as situações que
deveriam nos perturbar, na realidade irão nos impulsionar.
É certo que todo movimento
envolve mudanças, pois, no mínimo, muda de lugar o que estava acomodado, porém
será que viver intensamente não envolve um pouco de insegurança para podermos
conquistar a “segurança”?
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
CRP: 06/95124
E-mail:
marciabcavalieri@hotmail.com
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