Conhecer os próprios limites pode
ser libertador
Platão, com sua filosofia, nos
levou a “conhecer” o mundo ideal. Isto é, um modelo perfeito de mundo o qual devemos
ansiar. De acordo com o filósofo, tudo ao que nos propormos possui um modelo
perfeito o qual nos serve como enquadre.
Entretanto, nessa busca da “perfeição”
que o mundo ideal oferece como modelo, podemos esbarrar em algo “temido” na
atualidade: nossos limites.
O apelo social no presente faz o
convite a determinado comportamento ao qual nos conduz a ideia de aperfeiçoamento
de nossas práticas, para, assim sendo, nos tornarmos hábeis em todas as tarefas
as quais nos propomos executar.
Procedendo dessa maneira, contudo,
estamos sujeitos a experimentar frustrações quando nossa empreitada não ocorre
de acordo com o planejado ou “sonhado”. Nessa ocasião, em geral, somos
apresentados aos “limites” que possuímos e aos quais nem sempre atentamos.
Não estamos habituados a pensar
sobre nossas limitações e quiçá falar delas. Porém, quando permitimos que algo se
torne clarificado pelo nosso pensar, possibilitamos a oportunidade de cuidado
de algo que poderia estar alheio à nossa atenção.
Ao nos empenharmos em um
conhecimento pormenorizado de nossos próprios limites, colocamos em ação um
processo o qual irá nos possibilitar um trânsito menos dolorido entre nossas
limitações e nossas frustrações.
Nem sempre reservamos um pouco de
nosso precioso tempo para atentarmos a nós mesmos. Todavia, ao agirmos desse
modo, nos distanciamos de quem somos em essência e, assim, também nos afastamos
da possibilidade de nos satisfazermos.
Sem a consciência de até onde
somos ou não capazes de chegar, não seremos capazes de interromper uma ação a
qual pode nos proporcionar dor ou frustração.
Então, ao disponibilizarmos
oportunidades de manutenção de nossos limites de modo a modificá-los de acordo
com quem somos, poderemos experimentar uma liberdade inesperada.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com