Em busca da cura o auto-conhecimento pode ser a melhor
solução, porém não a mais fácil.
Uma forte herança do olhar médico nos conduz a busca da cura para qualquer mal-estar que experimentemos, independente
de constituírem a ordem física ou psíquica. No entanto, uma questão pode
emergir ao atentarmos para sintomas os quais não constituem algo “aparente” em
nosso corpo físico. O que significa a cura?
Se considerarmos que todos têm um
modo de ser e, especialmente, de comportar-se, seremos induzidos a acatar a
possibilidade de sermos diferentes. Isto é, de acordo com nossa história teremos
um modo diferente de ser, agir e reagir. Então, a cura pode ter representações
diferentes para cada indivíduo.
Se cada um de nós possui um tipo
de cura, isto é, cada um experimenta um tipo de bem-estar individual, talvez
seja de suma importância nos conhecermos, para assim, nos habilitarmos a
compreender o que constitui o melhor e mais adequado para nossa existência bem
como nosso bem-estar.
A atualidade visa à generalização
e padronização. Não se pode negar os benefícios que esse modo de agir pode
proporcionar, especialmente para as máquinas. No entanto, não é salutar
nos esquecermos de que não somos como elas. Ou seja, somos indivíduos
singulares com particularidades únicas.
Desse modo, o generalizar assume
um caráter nocivo em oposição ao salutar. Ao respeitarmos nossas diferenças e
singularidades, no colocamos em uma condição na qual a minimização de nossos
“sintomas” indesejáveis ocorra.
Ao conhecer e compreender quem
somos e como somos, isto é, ansiosos, depressivos, calmos, rápidos, etc.,
também permitimos a nós mesmos a oportunidade de aprendermos a lidar com quem
somos. Pois, quando exercitamos o respeito aos limites de modo geral, tanto o
nosso como o alheio, colocamos em prática a possibilidade de visualizarmos um
maior número de alternativas para nossas opções.
Assim, experimentamos uma imensa
sensação de liberdade, tendo em vista que ao nos mantermos estáticos em um
ponto de vista limitamos nossa capacidade de “ver” e, da mesma maneira, nossa
chance de conduzir de modo mais a nosso contento quem somos e como desejamos
lidar com as situações diversas. Por isso, a busca da cura permeia o
conhecimento de nós mesmos.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga – CRP 06/95124
E-mail – marciabcavalieri@hotmail.com
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