O valor de acordo com satisfação e frustração.
Há diversas teorizações a respeito de pobreza e do que consiste o ser pobre. Pode-se, sob um ponto de vista, afirmar ser pobre quem não possui bens materiais, ou ainda aquele que não possui qualidades “nobres”. Tal avaliação dependerá do parâmetro de avaliação utilizado.
Podemos, contudo, voltar nossa
atenção para o existir e buscarmos maneiras para compreender qual o “valor” de
nossa existência. Ou seja, vivemos de
maneira “pobre ou afortunada”?
Ao voltarmos nossa atenção a um
único propósito incorremos no risco de reduzirmos as oportunidades de
satisfação com nosso existir, visto que aumentamos as possibilidades de
frustração com o objetivo não atingido.
Focalizando nossa energia no
intuito de alcançarmos um objetivo exclusivo traçado por nós, diminuímos nossas
possibilidades de satisfação, pois ao depositarmos nossa atenção em um único
foco, minimizamos nossas chances de experimentarmos a plenitude. Assim,
poder-se-ia considerar tal existir como sendo “pobre”.
Ao nos permitirmos
relacionamentos diversos, nos colocamos em uma posição na qual as oportunidades
de decepção ficam dirimidas no volume. Isto é, se nos relacionarmos com
diversas situações e pessoas, ao perdermos uma delas, no montante total a
sensação de perda será minimizada pelas outras relações as quais temos. E,
igualmente, aumentamos nossa chance de superarmos a dor da perda.
Se nosso círculo existencial é
reduzido a uma única atividade com um número reduzido de pessoas, ao
experimentarmos algum tipo de frustração em relação a alguém de nosso círculo
ou à atividade exercida, será mais penoso superarmos a dor da frustração. No
entanto, se nosso dia-a-dia é permeado de diversas atividades, a perda de uma
delas irá, apenas, representar uma a menos.
Então, se desejarmos “enriquecer”
nossa existência para focalizarmos na plenitude de nosso existir, é necessário
ampliarmos nosso universo pessoal, de modo a elevarmos o número de
oportunidades nas quais podemos alcançar o sucesso de nossos desejos,
transformando, desse modo, a “pobreza” em “riqueza”.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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