Precisarmos ter muito cuidado ao
ouvir uma palestra, ver um filme ou ler um texto quando um deles nos leve a acreditar
que todo o seu conteúdo é a expressão da mais pura verdade.
Uma amiga comentou sobre um livro
o qual havia iniciado a leitura e que a deixou um pouco preocupada pois não
conseguia largá-lo. O tema dele tratava de alguns comportamentos que ela,
supostamente, deveria adotar para conseguir plenitude em sua vida, isto é,
oferecia a tão desejada “receita do sucesso”.
Essa conversa me fez lembrar de
um antigo professor. Ele afirmava precisarmos ter muito cuidado ao ouvir uma
palestra, ver um filme ou ler um texto quando um deles nos leve a acreditar que
todo o seu conteúdo é a expressão da mais pura verdade. Segundo esse professor
precisamos “despertar do transe”. Se conseguirmos isso seremos capazes de
avaliar com mais acuidade o texto, o livro ou a palestra.
Todos buscamos e queremos um modo
fácil de encontrarmos a satisfação plena. Porém, costumamos nos esquecer de que
essa satisfação é resultado de um processo, o qual envolve diversas etapas e,
entre elas, o investimento de muita energia e trabalho.
É comum entre todos aqueles que
têm uma atividade remunerada sonhar com o dia em que não será mais necessário
exercê-la. Iniciamos uma carreira profissional ambicionando o dia de abandoná-la,
para usufruirmos o merecido descanso. O sociólogo Zygmunt Bauman chama a
atenção para esse fato, ao afirmar que não nos atentamos para a atividade que
exercemos, mas apenas, à época em que poderemos pará-la.
Sob esse aspecto é importante
olharmos com atenção para o fato de, normalmente, optarmos por uma carreira
baseada nos ganhos monetários que esta irá fornecer. Entretanto, ao ponderarmos
apenas esse ganho, corremos o risco de apenas executarmos tarefas e não
desenvolvermos uma atividade.
A diferença entre ambos é o fato
de quando desenvolvemos uma atividade e a apreciamos, podemos num espaço não
muito longo de tempo, aprimorar os modos de executá-la de modo a sermos
gratificados. Mas, não apenas quanto à satisfação pessoal, o que, apesar de não
muito discutido é essencial para nós, mas também sermos gratificados
monetariamente.
Ou seja, quando realizamos algo e
conseguimos envolver nossa satisfação no processo, temos grandes chances de
experimentarmos o sucesso tão almejado. Contudo, precisamos nos conhecer para
definirmos com exatidão o que almejamos de fato. Para, assim, não corrermos o
risco de nos envolver em uma empreitada enganosa e que a longo prazo não irá
nos satisfazer.
Sendo assim, quando exercitamos o
despertar do transe que um texto, um livro ou mesmo um filme nos conduz,
exercitaremos também o despertar de nossa atenção para aquilo que ouvimos. E,
por conseguinte, exercitaremos também o refletir sobre temas usualmente apenas
ouvidos, vistos ou sentidos.
Refletindo sobre tais questões, então,
poderemos encontrar modos diferentes de conduzir situações semelhantes. Mas,
que nos permitam o desenvolvimento pessoal que permeia todas as áreas nas quais
estamos envolvidos e que podem nos proporcionar satisfação e prazer.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com
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