Uma facilidade que possuímos é
a tendência de amenizar aquilo que concerne a nós e de exacerbar o que concerne
ao outro.
Numa mensagem enviada por e-mail
havia uma pequena historieta: um marido leva a esposa ao médico para verificar
sua surdez. Na consulta o doutor solicita ao esposo que faça um teste para
averiguar o quão surda a esposa está. Ao anoitecer o marido coloca em prática
seu teste e segue perguntando a ela o que teriam para o jantar. Faz a mesma
pergunta três vezes aproximando-se dela cada vez mais e nada de resposta.
Quando se encosta à esposa e pergunta pela quarta vez ela o informa que já
seria a quarta vez que respondia que teriam frango. Ao final uma frase:
Normalmente, na vida, pensamos que as deficiências são dos outros e não nossas.
Uma facilidade que possuímos é a
tendência de amenizar aquilo que concerne a nós e de exacerbar o que concerne
ao outro. Portanto, faz sentido a frase final da historieta acima. Porém, cabe
a nós o exercício de refletir a respeito desse comportamento considerado normal
e para o qual não disponibilizamos nosso tempo.
É comum ouvirmos alguém lamentar-se do modo de
agir de outro alguém para com ele. Mas será esse indivíduo capaz de notar que
pode apresentar o mesmo comportamento em relação àquele de quem reclama? Raras
vezes percebemos isso, mas ocorre com maior frequência do que gostaríamos.
Lamentamos quando alguém não nos
procura para uma conversa. Porém não temos a iniciativa de procurá-lo também.
Entretanto, sofremos. Então, temos o privilégio de lamentar e o outro não, pois
nossa dor é maior. Até que ponto estamos acostumados a esse modo de agir, sem
levarmos em conta os sentimentos do outro?
Nos nossos afazeres diários
costumamos justificar nossa falta de atenção a “pequenos” detalhes. Mas, ainda
assim, conseguimos sentir a falta de algo do qual fomos privados sem nos
importarmos com a sua possível insignificância.
Se, ao contrário do que estamos
habituados, decidirmos, em uma ocasião ou outra, agir de modo diferente,
podemos iniciar um processo no qual os detalhes não serão tão “pequenos”.
Então, eles assumirão a real importância que possuem. Deste modo, será possível
a diminuição de oportunidades para nossas lamentações e experimentaremos
sentimentos desconhecidos ou, quiçá, esquecidos.
Ao nos aproximarmos de um
problema temos maiores chances de alcançar a solução dele. Porque é em nós
mesmos onde temos acesso a um maior número de informações as quais podem ser
verdadeiras. E, quando de posse dessas informações podemos ter decisões mais
seguras e acertadas.
Em muitas ocasiões é possível
observar que ao tomarmos uma atitude diferente daquela a qual estamos
acostumados, no mínimo causamos uma surpresa, assim como nos surpreendemos
quando alguém tem tal comportamento.
Então, ao assumirmos nossas
deficiências como nossas e não do outro, somos capazes de cuidar delas de modo
a transformá-las em oportunidades de acerto. E, assim, experimentarmos um maior
número de ocasiões na qual sentiremos satisfação.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
Email: marciabcavalieri@hotmail.com
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