Muitas vezes podemos ter
comportamentos que nos afastam daqueles que fazem parte de nosso círculo de
convivência.
Não raro é alguém sentir-se
solitário vez ou outra. Uma questão é qual tipo de solidão é essa? Sentimo-nos
só porque estamos sem companhia? Ou temos companhia, porém, nos sentimos
incompreendidos e essa incompreensão nos torna solitários?
Quando identificamos como é nossa
solidão podemos, a partir de então, buscar meios de compreendê-la e, talvez,
amenizá-la. Mas, o mais importante é termos a liberdade para decidirmos o que
fazer com ela.
Quando nos sentimos sós, sem
companhia, isso pode significar uma escolha ou uma consequência. Porque muitas
vezes podemos ter comportamentos que nos afastam daqueles que fazem parte de
nosso círculo de convivência. E então, experimentamos a falta de companhia. Isto
é, nos sentimos solitários.
Em muitas ocasiões é comum
encontrarmos alguma explicação para isso em ocorrências às quais não nos envolvem.
Porém, será possível sofrermos consequências quando não tivemos participação?
O outro tipo de solidão ocorre
quando nos vemos cercados de pessoas. Contudo não nos sentimos compreendidos e,
em consequência dessa incompreensão podemos experimentar a sensação de solidão.
Nesse caso uma alternativa a se
buscar, quando conseguimos identificar esse tipo de solidão, é entender o que
em nós é incompreendido por quem faz parte de nossa vida. Ao identificarmos
esse “o que” em nós, iniciamos um processo o qual pode culminar numa reflexão
acerca da realidade presente nesse fato e, assim, sermos capazes de buscar
alternativas para a solução ou não dessa solidão.
Buscar ou não a solução. Porque
ao termos contato com o real motivo para algo que vivenciamos, somos capazes de
entender o que ocorre. Desse modo, exercitamos a liberdade que nos acompanha o
tempo todo e da qual Jean-Paul Sartre, filósofo, diz sermos condenados devido
ao fato de sermos obrigados a lidar com suas consequências. Liberdade essa a de
escolher o que é de nossa preferência.
Portanto, talvez não seja
realmente possível sofrermos consequências de eventos quando não tivemos
envolvimento. Ou seja, se experimentamos algo, pode significar que, de algum
modo, nos envolvermos e participarmos dele. Sendo assim, somos então capazes de
conduzir os eventos ao nosso redor de modo a alcançarmos o que desejamos.
Inclusive o desejo de não sentir-se só.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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