Do mesmo modo que escolhemos
entre situações mais corriqueiras ou “banais” ocorre de o fazermos de uma forma
um pouco mais sutil em nossos relacionamentos
Ao longo de nossos dias realizamos
inúmeras escolhas. Muitas delas sem dispensarmos muita atenção, contudo,
escolhemos o tempo todo. No frio podemos nos agasalhar ou não. Entretanto a
consequência dessa escolha será sentir mais, ou menos, a sensação do frio. Quando
doente podemos cuidar da saúde ou não e, mais uma vez, lidaremos com as
consequências de tal escolha.
Do mesmo modo que escolhemos
entre situações mais corriqueiras ou “banais” ocorre de o fazermos de uma forma
um pouco mais sutil em nossos relacionamentos. Ao estabelecermos contato com
alguém, imediatamente assumiremos alguns “contratos” para esse relacionamento
ser bem-sucedido. Ou seja, para um relacionamento perdurar é necessário acordos
e concessões.
Nem sempre esses contratos são
explicitados por palavras. Mas, por gestos ou comentários quase imperceptíveis.
Na maioria das vezes há uma conformidade de ideias e atitudes as quais culminam
em um modo de se comportar dos envolvidos. Esses “contratos” são renovados e
modificados ao longo do contato, seja ele breve ou duradouro. O importante é
salientar a importância que esses “contratos” assumem, para que o
relacionamento sobreviva.
À medida que o tempo passa e com
a rotina diária podemos acumular sentimentos de tristeza, medo e frustração os quais
podemos não ser capazes de identificar a origem. E, assim, não conseguimos nos
libertar deles. Mas, se atentarmos para a essência do relacionamento envolvido
nesses sentimentos é possível localizarmos alguns “contratos” que foram
desfeitos sem maiores cerimônias. E eles proporcionaram decepções levando a
parte envolvida a experimentar emoções não desejadas.
Em uma amizade, um contrato pode
ser o de honestidade absoluta. E ela pode ser interrompida por um pequeno “deslize”.
Proporcionando, quiçá, o rompimento do relacionamento. Em uma família esse pode
ser o compromisso com as tarefas de gênero como o trabalho ou as
responsabilidades domésticas.
Ao longo dos anos, alguns desses contratos
podem não ser cumpridos a contento. E se não formos capazes de percebermos e,
então, avaliarmos suas consequências, podemos apenas experimentar pesares sem
sermos capazes de identificar como modificá-los.
Sempre ao nos propormos nos
conhecermos, especialmente a partir de reflexões acuradas, temos imensas
chances de ampliar as compreensões acerca de nós e dos nossos relacionamentos.
E essas podem nos libertar de sofrimentos os quais, às vezes, julgamos insolúveis.
Permitindo-nos, desse modo, a liberdade, em relação às nossas opções, em
continuar ou não envolvidos em tais situações.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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