É comum nos esquecermos de que
assim como nós, as pessoas têm desejos próprios. E, nem sempre esses desejos
estão em conformidade com aquilo que acreditamos ser o mais adequado.
É de suma importância ter em
mente a disposição para mudar o que é passível de mudança e resignação diante
daquilo impossível de ser mudado. Porém, talvez o mais importante de tudo seja o
discernimento entre essas duas situações quando nos encontramos diante de um
dilema.
A todo o momento estamos sujeitos
a algum tipo de confronto. Um problema de difícil solução, ou alguém que não
deseja o auxílio da maneira que possibilitamos. Isto é, nem sempre conseguimos
dispor das situações e soluções possíveis a elas do modo como acreditamos ser o
melhor. Isso, entretanto, não significa a nossa conformidade. Na realidade pode
representar muito sofrimento.
Ao longo de nossa existência
podemos ser levados a acreditar na existência de alguma solução para todos os
problemas. Especialmente quando pessoas as quais amamos estão envolvidas neles.
Mas, é comum nos esquecermos de que assim como nós, essas pessoas têm desejos
próprios. E, nem sempre esses desejos estão em conformidade com aquilo que
acreditamos ser o mais adequado.
Então, não é raro experimentarmos
frustrações e decepções, relacionadas às contrariedades vividas por nós, quando
o que acreditamos ser o melhor não tem essa representação para os outros. Nessa
ocasião podemos nos empenhar com maior tenacidade para tudo ocorrer do modo
como acreditamos ser o ideal. Ou podemos abandonar toda e qualquer tentativa nossa
participação.
É óbvio que as duas posições são
extremas e acompanhadas de diversas emoções. Contudo, exercitar a aceitação de
situações as quais não temos total controle não constitui tarefa fácil. Discernir
entre o que devemos persistir e aquilo o qual precisamos deixar seguir seu
próprio curso não denota um comportamento que nos deixa confortáveis. Pois,
pode significar ver o sofrimento de alguém a quem amamos.
Costuma-se dizer que a
persistência é uma qualidade almejada, enquanto a teimosia um defeito a ser refutado.
Portanto, a solução parece simples: basta desenvolvermos nossa capacidade de
diferenciar quando estamos fazendo uso de um ou outro caminho. E, então,
mudarmos nossa atitude.
Porém, esse nem sempre é um
caminho ameno. E pode ser que tal comportamento solicite de nós um investimento
em nosso desenvolvimento pessoal, o qual nem sempre estamos dispostos. Mas, se
quisermos alcançar nosso objetivo, talvez seja necessário nos colocarmos em
posição de resignação diante da necessidade de mudanças.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário