05 agosto 2016

QUAL É O TEMPO DO AMOR?

Se mantivermos a ideia de que o amar pode ser relacionado ao tempo que dispensamos para isso, esse tempo também pode ser dispensado àquele a quem mais podemos ser capazes de amar – nós.

É comum relacionarmos amor e tempo na tentativa de avaliar quanto dura um amor verdadeiro. No entanto, uma mensagem enviada por e-mail propôs outra relação: conseguimos amar verdadeiramente e com qualidade quando disponibilizamos nosso tempo para isso.
No senso comum afirma-se que para o amor perdurar é necessário que ele seja cuidado. E esse cuidar é equiparado a muitas formas como, por exemplo, se ele fosse uma pequena planta a qual necessita de água e cuidados contínuos.
Entretanto, a mensagem referida anteriormente afirmava ser o nosso tempo a razão de nos dispormos a amar com qualidade. Isto é, a água e os cuidados contínuos constituiriam, então, o quanto de nosso tempo nos propomos a dispender àqueles a quem amamos.
Não raro é cometermos enganos referentes a esse tema. Sendo assim, podemos chegar a entender o amar como o aceitar toda e qualquer atitude daqueles a quem dispensamos nossos melhores sentimentos.
 No entanto, após um período de tempo, e talvez relativamente longo, podemos nos deparar com a surpresa de nosso amor não ter sido compreendido na medida em que desejávamos. Quando isso ocorre, pode-se experimentar uma grande decepção em relação aos nossos afetos e em maior proporção em relação a nossa própria atitude.
Porém, ao estarmos envolvidos em tal compreensão podemos, aliado a isso, vivenciar uma grande dor relacionada à desilusão experimentada. Mas, esse processo, que à primeira vista pode apresentar uma conotação negativa, também pode converter-se em uma oportunidade.
 Ao experimentarmos a dor, a decepção ou mesmo a desilusão é natural também nos sentirmos traídos por algo ou alguém. No entanto esse momento também representa a chance que o “universo” nos oferece para modificarmos o modo como nos relacionamos com o mundo de uma maneira geral.
Desse modo, se mantivermos a ideia de que o amar pode ser relacionado ao tempo que dispensamos para isso, esse tempo também pode ser dispensado àquele a quem mais podemos ser capazes de amar – nós. E, assim, nos colocarmos em posição de sermos cuidados em nossas mazelas, para nos tornarmos adequados a dispensar nosso tempo amando quem faz parte de nosso convívio.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124

Nenhum comentário:

Postar um comentário