Se mantivermos a ideia de que
o amar pode ser relacionado ao tempo que dispensamos para isso, esse tempo
também pode ser dispensado àquele a quem mais podemos ser capazes de amar –
nós.
É comum relacionarmos amor e
tempo na tentativa de avaliar quanto dura um amor verdadeiro. No entanto, uma
mensagem enviada por e-mail propôs outra relação: conseguimos amar
verdadeiramente e com qualidade quando disponibilizamos nosso tempo para isso.
No senso comum afirma-se que para
o amor perdurar é necessário que ele seja cuidado. E esse cuidar é equiparado a
muitas formas como, por exemplo, se ele fosse uma pequena planta a qual necessita
de água e cuidados contínuos.
Entretanto, a mensagem referida
anteriormente afirmava ser o nosso tempo a razão de nos dispormos a amar com
qualidade. Isto é, a água e os cuidados contínuos constituiriam, então, o
quanto de nosso tempo nos propomos a dispender àqueles a quem amamos.
Não raro é cometermos enganos
referentes a esse tema. Sendo assim, podemos chegar a entender o amar como o
aceitar toda e qualquer atitude daqueles a quem dispensamos nossos melhores
sentimentos.
No entanto, após um período de tempo, e talvez
relativamente longo, podemos nos deparar com a surpresa de nosso amor não ter
sido compreendido na medida em que desejávamos. Quando isso ocorre, pode-se
experimentar uma grande decepção em relação aos nossos afetos e em maior
proporção em relação a nossa própria atitude.
Porém, ao estarmos envolvidos em
tal compreensão podemos, aliado a isso, vivenciar uma grande dor relacionada à
desilusão experimentada. Mas, esse processo, que à primeira vista pode
apresentar uma conotação negativa, também pode converter-se em uma
oportunidade.
Ao experimentarmos a dor, a decepção ou mesmo
a desilusão é natural também nos sentirmos traídos por algo ou alguém. No
entanto esse momento também representa a chance que o “universo” nos oferece
para modificarmos o modo como nos relacionamos com o mundo de uma maneira
geral.
Desse modo, se mantivermos a
ideia de que o amar pode ser relacionado ao tempo que dispensamos para isso, esse
tempo também pode ser dispensado àquele a quem mais podemos ser capazes de amar
– nós. E, assim, nos colocarmos em posição de sermos cuidados em nossas mazelas,
para nos tornarmos adequados a dispensar nosso tempo amando quem faz parte de
nosso convívio.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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