12 agosto 2016

QUÃO LIVRE EU SOU

Todos nós possuímos tendências de comportamento capazes de se tornarem problemas quando limitam, de algum modo, nosso viver.

O mundo da TV nos oferece alternativas “infinitas” para nos identificarmos. Personagens heroicos ou sofredores ou, até mesmo, algumas referências psiquiátricas ou psicológicas em relação a comportamentos e/ou “manias”.
Se acessarmos um guia médico com as características das muitas doenças psiquiátricas ficaremos aterrorizados com a gama de itens nos quais nos enquadramos. No entanto, a prudência nos pede cuidado devido ao fato de algumas dessas características consistirem apenas em traços de nossa personalidade, ou seja, um jeito particular e individual de estar e se relacionar com o mundo.
Todos nós possuímos tendências de comportamento capazes de se tornarem problemas quando limitam, de algum modo, nosso viver.  Então, alguém que gosta de tudo muito organizado pode ter um problema quando sua vida passa a girar em torno dessa organização e seus compromissos passam a ficar comprometidos por isso.
Ou ainda outro alguém, porque experimenta um traço depressivo com uma tendência a tristeza, que em determinado ponto se vê impedida de compreender situações mais corriqueiras. Portanto, limita sua rotina e seu contato com as pessoas de modo a se isolar. Há também personalidades histéricas, entre tantas outras. Porém, o importante é atentarmos para o fato de esses constituírem nosso modo de ser e, não definirem quem somos.
Apesar disso o importante é nos atermos ao fato do quão limitante esses traços podem se tornar. Em muitos momentos de nosso existir podemos experimentar um acentuar deles, o que não representa necessariamente um adoecer, mas apenas um momento que solicita maior atenção nossa.
Sendo assim, é importante nos conhecermos para sermos capazes de identificar quando ocorre alguma alteração desse teor, ou ainda, como ela ocorre. Sempre, ao nos munirmos do conhecimento, seja ele em maior ou menor grau, assumimos a possibilidade de cuidarmos com maior desvelo de nós. O que permite ampliarmos o número de possibilidades as quais podemos escolher. Culminando na afirmação de Heidegger de ser a amplitude de nossas possibilidades o modo de mensurar nosso grau de liberdade.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124


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