Todos nós possuímos tendências
de comportamento capazes de se tornarem problemas quando limitam, de algum modo,
nosso viver.
O mundo da TV nos oferece
alternativas “infinitas” para nos identificarmos. Personagens heroicos ou
sofredores ou, até mesmo, algumas referências psiquiátricas ou psicológicas em
relação a comportamentos e/ou “manias”.
Se acessarmos um guia médico com
as características das muitas doenças psiquiátricas ficaremos aterrorizados com
a gama de itens nos quais nos enquadramos. No entanto, a prudência nos pede
cuidado devido ao fato de algumas dessas características consistirem apenas em
traços de nossa personalidade, ou seja, um jeito particular e individual de
estar e se relacionar com o mundo.
Todos nós possuímos tendências de
comportamento capazes de se tornarem problemas quando limitam, de algum modo,
nosso viver. Então, alguém que gosta de
tudo muito organizado pode ter um problema quando sua vida passa a girar em
torno dessa organização e seus compromissos passam a ficar comprometidos por
isso.
Ou ainda outro alguém, porque
experimenta um traço depressivo com uma tendência a tristeza, que em
determinado ponto se vê impedida de compreender situações mais corriqueiras. Portanto,
limita sua rotina e seu contato com as pessoas de modo a se isolar. Há também
personalidades histéricas, entre tantas outras. Porém, o importante é
atentarmos para o fato de esses constituírem nosso modo de ser e, não definirem
quem somos.
Apesar disso o importante é nos
atermos ao fato do quão limitante esses traços podem se tornar. Em muitos
momentos de nosso existir podemos experimentar um acentuar deles, o que não
representa necessariamente um adoecer, mas apenas um momento que solicita maior
atenção nossa.
Sendo assim, é importante nos
conhecermos para sermos capazes de identificar quando ocorre alguma alteração
desse teor, ou ainda, como ela ocorre. Sempre, ao nos munirmos do conhecimento,
seja ele em maior ou menor grau, assumimos a possibilidade de cuidarmos com
maior desvelo de nós. O que permite ampliarmos o número de possibilidades as
quais podemos escolher. Culminando na afirmação de Heidegger de ser a amplitude
de nossas possibilidades o modo de mensurar nosso grau de liberdade.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
E-mail: marciabcavalieri@hotmail.com
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