Na maioria das vezes não basta
compreendermos nossas limitações, precisamos desmerecer quem é capaz para,
assim, não nos sentirmos desvalorizados.
Em uma sociedade com tantas
opções fica cada vez mais difícil estabelecer, de modo distinto, nossas
prioridades. Muitas vezes nos deixamos levar por opiniões alheias as quais
interferem em nossas decisões, sem cogitarmos a real satisfação que essa
escolha nos proporciona.
Em outras ocasiões podemos não
ser capazes de decidir ou de transformar em realidade algo o qual desejamos,
por não nos dispormos às dificuldades que determinada opção impõe. Nesse
momento pode ser mais fácil acreditar que a escolha, na realidade, não é
tangível, isto é, não é passível de ser alcançada.
É comum experimentarmos muitos
exemplos disso em nosso dia-a-dia. Podemos, em muitas ocasiões, desvalorizar
uma conquista obtida por alguém para não nos sentirmos incapazes. E isso nos
conforta em concordância com nossas limitações às quais não desejamos admitir a
existência. Menosprezamos os que alcançam suas metas julgando terem sido
melhores afortunados. No entanto, nos esquecemos de voltar nosso olhar para
nossos limites e, assim traçarmos objetivos coerente a eles.
Na maioria das vezes não basta
compreendermos nossas limitações, precisamos desmerecer quem é capaz para,
assim, não nos sentirmos desvalorizados. Mas nesse momento surge uma questão:
em um mundo tão competitivo como o atual, será a melhor solução para nossas
dificuldades desacreditar os que, de algum modo, conseguiram superar-se?
Podemos, certamente, nos
apoiarmos nesse pensamento e acreditar que a vida, de algum modo, nos foi
traiçoeira. Ou, podemos olhar para nós mesmos e tentar conhecer nossos
pormenores para, então, sermos capazes de fazer escolhas mais coerentes com
quem somos e com o que somos capazes de realizar.
Temos desejos, mas não queremos
sofrer para conquistá-los. Julgamos os vencedores pessoas as quais desconhecem
o sofrimento, sem tentarmos conhecer a verdadeira história envolvendo sua
conquista. Criamos heróis completamente felizes vinte e quatro horas ao dia.
Será possível estarmos construindo pedestais, onde pessoas irreais ocupam
lugares os quais, na verdade, não existem e nem são passíveis de existir?
O que nos deixa feliz consiste em
possuir algo cobiçado pela maioria ou algo que “nós” consideramos de maior
importância? Nem sempre estamos prontos para responder a tantas questões.
Porém, quanto mais buscarmos nos conhecer para respondê-las mais próximo
estaremos de nossa realização pessoal que é acompanhada de satisfação e, por
conseguinte, de felicidade.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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