Afirma-se
ser o desenvolvimento intelectual e industrial o grande vilão dos
relacionamentos. Contudo, novamente esquecemos ser o homem o responsável pelo
significado atribuído e como tal o ancoradouro das possibilidades.
A modernidade traz em sua bagagem
uma gama, quase incalculável, de alternativas. No entanto, não se pode afirmar
que todas sejam positivas devido ao fato de dependerem do uso que se faz delas.
Não se pode deixar de avaliar os imensos ganhos que utensílios, como
computadores cada vez menores e ágeis, trazem para o dia a dia de cada um de
nós. Os mais pessimistas, porém, podem afirmar ser esses utensílios também os
responsáveis pelo distanciamento e pela pobreza de comunicação presente entre
os seres vivos de modo geral.
Afirma-se ser o desenvolvimento
intelectual e industrial o grande vilão dos relacionamentos. Contudo, novamente
esquecemos ser o homem o responsável pelo significado atribuído e como tal o
ancoradouro das possibilidades.
No livro 1984, George Orwell
retrata uma sociedade onde sentimentos e conhecimentos eram coibidos, no
entanto, apesar do aprendizado que ocorria em tal sociedade havia um resquício
de humanidade remanescente o que proporcionou grande luta entre os envolvidos. Um
questionamento semelhante está presente no filme “Equilibrium” no qual uma
sociedade pós-guerra é induzida a utilizar uma droga responsável por anestesiar
todos os sentimentos. Mas, entre esses há os que não suportam tal atitude e se
rebelam.
Em um primeiro momento o olhar
para essas duas histórias poderia atentar ao empobrecimento das relações e os
ganhos disso, mas em um outro ângulo pode-se observar a “luz no fim do túnel”, de
modo que o homem não é totalmente subjugado em suas emoções e desejos.
Claudio Cano em seu livro “Um
futuro sombrio”, salienta um fato relacionado ao conhecimento de forma que
apesar de os livros serem abominados, em tal período há quem guarde em sua
memória o conhecimento que os mesmos contêm, tornando-se, na visão do autor, a
única esperança de salvação do homem.
Atualmente há grande preocupação
com o rumo da comunicação entre os seres. Sem dúvida há um grande empenho em
amenizar os impactos desse processo. No entanto, se autores como José Saramago,
Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meirelles, Cora Coralina, entre outros
puderem ser lembrados e destacados vez por outra, poderemos ter, afinal, nossa
luz no fim do túnel.
O único ponto importante a ser
destacado consiste no poder que temos de optar qual rumo terão nossos contatos
e o modo como nos comunicaremos com eles. Qual uso faremos das novas formas de
comunicação, tendo em vista o ser humano atribuir significados a tudo com o que
se relaciona. E, é este mesmo ser humano quem pode direcionar, de modo intencional,
o valor que a comunicação terá.
Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124
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