11 novembro 2016

COMO MUDAR O "STATUS QUO"

O “cair em si” pode ocorrer de modo aleatório e surpreendente. Ou podemos experimentar a busca por um olhar diferenciado para eventos rotineiros.

Muitas situações podem ser aquelas que irão proporcionar alguma mudança em nosso jeito de ser e de viver. Na bíblia temos a história do filho pródigo o qual em determinado momento “cai em si” e pondera suas decisões. Certa ocasião um conhecido contou sobre a experiência de alguém ao experimentar extremo desânimo pela vida e desejando seu término ardentemente. No entanto, quando ele se deparou com um parente em seus dias finais desejando exatamente o oposto, isto é, continuar a viver, pôde experimentar o “cair em si” e retomar sua satisfação em estar vivo.
Do mesmo modo podemos ser surpreendidos com algum “insight” proporcionado por certos eventos. Porém, ao nos lembrarmos do filósofo Heidegger e de sua afirmação de sermos livres para ampliar nosso rol de possibilidades, podemos entender ser possível a nós mesmos a busca desses eventos. Sair da condição de espera por algo que nos surpreenda e nos tire do ritmo no qual estamos seguramente envolvidos e acostumados.
Nos envolvemos em nossa rotina e nos acontecimentos habituais de nosso dia-a-dia. Heidegger afirma ser isso importante para o estabelecimento de nossa segurança e confiança no porvir. No entanto, essa rotina também faz com que se torne cada vez mais necessária a ocorrência de eventos surpreendentes, para nos fazer olhar de modo diferente para nossas experiências cotidianas.
Contudo, se nos tornamos conscientes desse fato, podemos, então, buscar formas de modificar esse “status quo”. Quando nos permitimos olhar de modo mais atento para as situações rotineiras e comuns, incorremos no risco de nos surpreendermos com elas. Sem necessitar, assim, de situações inusitadas para nos tirar de um processo contínuo no qual nos deixamos envolver.
Nesse caso, o “cair em si” pode ocorrer de modo aleatório e surpreendente. Ou podemos experimentar a busca por um olhar diferenciado para eventos rotineiros e assim conhecer “insights” diversos. E estes podem proporcionar sensações diferentes que, por conseguinte, podem nos conduzir a experiências renovadas com significados importantes.

Márcia A. Ballaminut Cavalieri
Psicóloga CRP 06/95124


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